ATA DA PRIMEIRA SESSÃO
EXTRAORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEXTA LEGISLATURA,
EM 26-02-2014.
Aos vinte e seis dias do
mês de fevereiro do ano de dois mil e quatorze, reuniu-se, no Plenário Otávio
Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze
horas e vinte e seis minutos, foi realizada a chamada, respondida pelos
vereadores Alberto Kopittke, Any Ortiz, Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Dr.
Thiago, Elizandro Sabino, Engº Comassetto, Guilherme Socias Villela, Idenir
Cecchim, João Carlos Nedel, João Derly, Jussara Cony, Kevin Krieger, Lourdes
Sprenger, Marcelo Sgarbossa, Márcio Bins Ely, Mario Fraga, Mônica Leal,
Paulinho Motorista, Paulo Brum, Professor Garcia, Reginaldo Pujol, Tarciso
Flecha Negra e Waldir Canal. Constatada a existência de quórum, o Presidente
declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os
vereadores Airto Ferronato, Alceu Brasinha, Bernardino Vendruscolo, Fernanda
Melchionna, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Nereu D'Avila, Pedro Ruas, Roni Casa
da Sopa, Séfora Mota, Sofia Cavedon e Valter Nagelstein. Em PAUTA, Discussão
Preliminar, 2ª Sessão, estiveram o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº
001/14, discutido pelos vereadores Professor Garcia, Reginaldo Pujol, Márcio
Bins Ely, Sofia Cavedon e Engº Comassetto, os Projetos de Lei do Legislativo nos
391 e 385/13, este discutido pelo vereador Professor Garcia. Na ocasião, o
vereador Clàudio Janta formulou Requerimento verbal solicitando o adiamento,
por cinco Sessões, do Projeto de Lei do Legislativo nº 237/09 (Processo nº
5293/09). Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Bernardino
Vendruscolo, Fernanda Melchionna, Jussara Cony, Any Ortiz, Tarciso Flecha Negra
e João Derly. Às quinze horas e vinte e seis minutos, constatada a existência
de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Às quinze horas e trinta e um minutos, os
trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e
trinta e seis minutos. A seguir, foi apregoado Requerimento de autoria do
vereador Alberto Kopittke, deferido pelo Presidente, solicitando a retirada de
tramitação da Emenda nº 01 aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 312/13
(Processo nº 2805/13). Também,
foi aprovado Requerimento verbal formulado pelo vereador Engº Comassetto,
solicitando a retirada de Requerimento de sua autoria, que solicitava o
adiamento, por cinco Sessões, da discussão do Projeto de Lei do Legislativo nº
312/13. Em
Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº
312/13 (Processo nº 2805/13), por vinte e um votos SIM e dez votos NÃO, após ser discutido pelos vereadores
Alberto Kopittke, Reginaldo Pujol, Kevin Krieger, Delegado Cleiton e Pedro Ruas
e encaminhado à votação pelos vereadores Fernanda Melchionna, Mônica Leal,
Clàudio Janta, Alceu Brasinha, Alberto Kopittke, Valter Nagelstein, Delegado
Cleiton, Reginaldo Pujol, Engº Comassetto, João Carlos Nedel e Jussara Cony, em
votação nominal solicitada pelos vereadores Clàudio Janta, Fernanda Melchionna
e Pedro Ruas, tendo votado Sim os vereadores Alceu Brasinha, Any Ortiz, Dr.
Thiago, Elizandro Sabino, Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim, João Carlos
Nedel, Kevin Krieger, Márcio Bins Ely, Mario Fraga, Mario Manfro, Mônica Leal,
Nereu D'Avila, Paulinho Motorista, Paulo Brum, Reginaldo Pujol, Roni Casa da
Sopa, Séfora Mota, Tarciso Flecha Negra, Valter Nagelstein e Waldir Canal e Não
os vereadores Alberto Kopittke, Clàudio Janta, Engº Comassetto, Fernanda
Melchionna, João Derly, Jussara Cony, Lourdes Sprenger, Marcelo Sgarbossa,
Pedro Ruas e Sofia Cavedon. Na oportunidade, apresentaram Declarações de Voto
ao Projeto
de Lei do Legislativo nº 312/13 os
vereadores Clàudio Janta e Delegado Cleiton e, conjuntamente: a vereadora
Fernanda Melchionna e o vereador Pedro Ruas; e os vereadores Alberto Kopittke,
Engº Comassetto, Marcelo Sgarbossa e Mauro Pinheiro e a vereadora Sofia
Cavedon. Durante a apreciação do Projeto de Lei do Legislativo nº 312/13, os
vereadores Mauro Pinheiro e Dr. Thiago cederam seus tempos de discussão,
respectivamente, aos vereadores Alberto Kopittke e Delegado Cleiton. Às
dezessete horas e vinte e quatro minutos, os trabalhos foram regimentalmente
suspensos para a realização de reunião conjunta de Comissões Permanentes, sendo
retomados às dezoito horas e quatorze minutos. Após, foi apregoado o Ofício nº
171/14, do Prefeito, informando que se ausentará do Município das seis horas e
quarenta e dois minutos às vinte e uma horas e cinquenta e nove minutos do dia
de hoje, para participar de reunião do G100, no Município do Rio de Janeiro –
RJ. Em prosseguimento, foram apregoadas as Emendas nos 01 e 02, de
autoria do vereador Bernardino Vendruscolo, Líder da Bancada do PROS, e 03, de
autoria da vereadora Mônica Leal, Líder da Bancada do PP, ao Projeto de Lei do
Legislativo nº 237/09 (Processo nº 5283/09) e foram aprovados Requerimentos de
Suas Senhorias, solicitando que essas Emendas fossem dispensadas do envio à
apreciação de Comissões permanentes. Ainda, foi apregoado Requerimento de
autoria do vereador Bernardino Vendruscolo, deferido pelo Presidente,
solicitando votação em destaque para a Emenda nº 02 aposta ao Projeto de Lei do
Legislativo nº 237/09. A seguir, foram apregoados os seguintes Memorandos,
deferidos pelo senhor Presidente, solicitando autorização para representar
externamente este Legislativo, no dia vinte e quatro de fevereiro do corrente,
em Porto Alegre: no 004/14, de autoria do vereador Clàudio Janta, em
reunião do Conselho da Federação Intermunicipal de Sindicatos de Trabalhadores
no Comércio de Bens e de Serviços da Força Sindical no Rio Grande do Sul –
FETRACOS –; nº 008/14, de autoria do vereador Delegado Cleiton, em Ato de
Apresentação da Portaria 76 do Instituto Nacional de Colonização e Reforma
Agrária – INCRA –; e nº 004/14, de autoria da vereadora Sofia Cavedon, em
eventos do Grupo de Estudos de Doenças Raras, da I Semana Estadual Dia Mundial
das Doenças Raras e da II Semana Municipal de Apoio às Pessoas com Doenças
Raras. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do
Legislativo nº 192/13 (Processo nº 1846/13). Em Discussão Geral e Votação,
esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº 019/09 (Processo nº 0749/09),
encaminhado à votação pelo vereador Dr. Thiago. Foi votada a Emenda nº 01
aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 019/09, a qual obteve doze votos
SIM, em votação nominal solicitada pelo vereador Reginaldo Pujol, tendo votado
os vereadores Delegado Cleiton, Dr. Thiago, Fernanda Melchionna, João Carlos
Nedel, Jussara Cony, Kevin Krieger, Lourdes Sprenger, Márcio Bins Ely, Mauro
Pinheiro, Paulinho Motorista, Reginaldo Pujol e Séfora Mota, votação essa
declarada nula pelo Presidente, em face da inexistência de quórum deliberativo.
Durante a Sessão, os vereadores Delegado Cleiton, Pedro Ruas, Mônica Leal, Jussara
Cony, Valter Nagelstein, Lourdes Sprenger e Reginaldo Pujol manifestaram-se
acerca de assuntos diversos. Às dezoito horas e vinte e nove minutos,
constatada a inexistência de quórum deliberativo, o Presidente declarou
encerrados os
trabalhos, convocando os vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram
presididos pelos vereadores Professor Garcia, Delegado Cleiton e Mauro Pinheiro
e secretariados pelo vereador Guilherme Socias Villela. Do que foi lavrada a
presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelo 1º
Secretário e pelo Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
2ª SESSÃO
PROC.
Nº 3443/13 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 385/13, de autoria do Ver. Professor Garcia, que
obriga os permissionários do serviço de transporte seletivo por lotação no
Município de Porto Alegre a fornecer acesso à internet nos veículos desse
serviço, por meio de rede sem fio Wi-fi.
PROC.
Nº 3480/13 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 391/13, de autoria do Ver. Marcelo Sgarbossa,
que estabelece normas para a instalação de placas indicativas de obras públicas
no Município de Porto Alegre.
PROC.
Nº 0408/14 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 001/14, que autoriza intervenções no Complexo do
Hospital de Clínicas de Porto Alegre, em imóvel relacionado como prédio
Inventariado de Estruturação, inserido em Área de Interesse Institucional.
O SR. CLÀUDIO JANTA (Requerimento): Sr.
Presidente, aproveitando a abertura desta Sessão, eu queria solicitar o
adiamento da discussão do PLL nº 237/09, de autoria do Ver. Bernardino
Vendruscolo, por cinco Sessões, em virtude da necessidade de se discutir
emendas e de se ouvir as partes interessadas. Eu já pedi também ao CREA que
encaminhe um parecer a esta Casa sobre isso.
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Acolho seu
Requerimento, mas vou colocá-lo em votação no início da Ordem do Dia.
(O Ver. Delegado
Cleiton assume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Delegado Cleiton): O Ver.
Professor Garcia está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, Sras. Vereadoras, público que nos assiste, em 2ª Sessão de Pauta,
eu quero fazer uma análise rápida para colaborar também para o andamento.
Primeiro, está tramitando um projeto de minha autoria que obriga os
permissionários do transporte seletivo de lotação do Município de Porto Alegre
a fornecer acesso à Internet nos veículos desse serviço por meio da rede Wi-Fi.
Hoje, no mundo moderno, em se tratando de transporte seletivo, é inconcebível
que as nossas lotações não tenham o sistema Wi-Fi. Por isso estou propondo esse
projeto, para que nós possamos fazer uma discussão aqui na Casa.
E o segundo projeto que está em Pauta é o do
Hospital de Clínicas de Porto Alegre, um projeto que está sendo muito discutido
na Cidade, mas eu quero dizer que, na discussão que está sendo feita, a
conotação está distorcida. Hoje, por exemplo, num programa de rádio de grande
audiência, durante quase todo o programa foi discutida a questão das árvores.
Eu quero dizer que o que esta Casa vai votar é o Estudo de Viabilidade
Urbanística, o EVU. A questão de árvore é licenciamento ambiental. Tão logo nós
aprovarmos o projeto, vai ter o licenciamento ambiental, e as diversas
instituições podem fazer a sua pressão. Eu só quero fazer este registro porque
está havendo uma inversão na visão da população da Cidade que não conhece. As
pessoas estão discutindo de forma errônea e dizendo coisas que não são
atribuições da Câmara. A Câmara não tem o poder de conceder o licenciamento
ambiental. Para isso existe uma secretaria, que é a Secretaria Municipal do
Meio Ambiente.
Então, a discussão das árvores do Hospital de
Clínicas não é matéria discutida nesta Casa. O que nós vamos discutir é o
Estudo de Viabilidade Urbanística; é a questão do prédio, suas localizações,
estacionamento e as alterações que o Executivo está propondo. Eu queria fazer
este registro para dar uma tranquilidade e não desviar o foco daquilo que está
acontecendo. Volto a dizer: tão logo nós aprovarmos o projeto – ou não –, tem o
licenciamento ambiental que vai dar o andamento, e aí a discussão da árvore vai
se dar com o Executivo, não é nesta Casa. Os Vereadores podem e devem ter suas
posições, mas não é foco e não é objeto do presente projeto. Eu queria fazer
este registro. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
(O Ver. Professor Garcia reassume a presidência dos
trabalhos.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, Ver. Professor Garcia; Srs.
Vereadores e Sras. Vereadoras; pedi a palavra em liderança, inicialmente, para
tentar dinamizar o nosso trabalho na tarde de hoje, pois tudo indica que
teremos uma longa tarde, com vários projetos. Srs. Vereadores e Sras.
Vereadoras, primeiro, Ver. Clàudio Janta, nós temos acordo para fazer o
adiamento da discussão do projeto que trata das obras de arte em Porto Alegre.
Então, V.Exa. fique bem à vontade, nós votaremos favoravelmente, já conversamos
com várias lideranças artísticas aqui. E eu quero fazer um apelo, aproveitando
que vejo ainda lideranças artísticas aqui.
A nossa proposta, Ver.ª Mônica – V.Exa. que também
já fez emendas ao projeto –, eu só faço um apelo, neste momento, para que a
gente observe... O projeto é aberto à discussão, mas há uma questão para os
senhores pensarem. (Mostra fotografia.) Por exemplo, essa obra de arte de um
tamanho bem considerável, são toneladas de ferro aqui. Que a gente possa, em
obras dessa envergadura, contar com a participação do responsável técnico: o
engenheiro ou o arquiteto. São obras instaladas em Porto Alegre, e nós
precisamos também nos preocupar com isso. Então, é só com essas questões de
responsabilidade técnica que nós precisamos nos preocupar. E talvez aí a gente
tenha que, de comum acordo... sempre Secretaria e Vereadora desta Casa,
Margarete Moraes, que possamos, nessas questões, ter unidade, que é a defesa
das questões de responsabilidade técnica de engenheiro e arquiteto em razão do
tamanho da obra.
Eu até, às vezes, me pergunto: será que essa obra
aqui está em condições de suportar um vendaval, já que está localizada numa
rótula? (Mostra fotografia.) Será que ela está devidamente fixada ali? Quem
responderia? Um arquiteto, um engenheiro, então, nessa linha também. Este
Vereador, ainda que evidentemente tenha direito, como qualquer um, de não
concordar com a obra, mas são questões subjetivas de arte que nós temos que
respeitar ainda que eu não concorde, mas aqui há uma preocupação, da minha
parte, que é a questão de segurança. Quem nos garante que, com o vendaval, esse
equipamento não possa sair no meio da avenida ali, no meio dos automóveis,
causando acidentes com resultados incalculáveis. Então, nesse sentido, nós
fazemos um apelo para que a gente tenha essa visão e que discutamos também as
questões de segurança; as questões de arte são com os senhores.
Por favor, este Vereador jamais teve ou tem
interesse em fazer um regramento para comportamento artístico, mas, sim, um
regramento para autorização de instalar este ou aquele equipamento em área
pública, que são coisas bem distintas.
Meus amigos, obrigado. Nós damos acordo para o adiamento
por cinco sessões, requerimento encaminhado aqui pelo Ver. Clàudio Janta, para
que nós possamos ganhar tempo e, com democracia, com a participação de todos,
construir um projeto que vá atender à vontade dos senhores artistas e o
sentimento da sociedade. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Obrigado, Ver. Bernardino. Eu gostaria só de fazer
um esclarecimento para contribuir. O “Olhos Atentos” está interditado por uma
decisão do próprio Ministério Público, porque o Município tem que fazer alguns
reparos e não dispõe dos recursos necessários. Posso lhe dizer isso com toda a
sinceridade porque, na época, quando eu fui Secretário do Meio Ambiente, teve
essa intervenção, e essa foi a maneira encontrada.
O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores; é evidente que
todos nós sabemos que o grande assunto que a Cidade está discutindo nos dias
atuais envolve esse projeto de lei do Executivo que está tramitando na segunda
sessão de Pauta. Eu quero, Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores,
de forma muito expressa, colocar uma posição que eu tenho reiteradamente
colocado aqui na Casa. Eu tenho, em princípio, salvo situação muito específica
que possa gerar alguma dúvida substancial da nossa parte, uma postura de
simpatia e até de comprometimento com todas aquelas propostas que visem a
melhorar o atendimento médico-hospitalar da cidade de Porto Alegre. Assim
sendo, Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, eu não posso ter
outra posição, Ver. Villela, senão de comprometimento, de aplausos e apoio a
essa proposta que a Prefeitura, através do gestor maior da Cidade, o Prefeito
Fortunati, encaminha à Casa e que tem como objetivo derrubar alguns eventuais
obstáculos que possam impedir a realização dessa expansão do Hospital de
Clínicas de Porto Alegre. Uma instituição que, sob todos os aspectos, merece de
nós o maior respeito e, sobretudo, o total comprometimento, para que tenha cada
vez mais aumentadas as possibilidades de continuar a prestar o bom serviço que
presta à comunidade porto-alegrense e até mesmo, no caso concreto, aumentada
essa possibilidade de tal sorte que, em determinadas circunstâncias, como na
emergência, a multiplicação da sua atuação seja de grande expressividade.
Por isso – e como eu faço sempre em projetos importantes da Casa – me antecipo na discussão preliminar que a matéria comporta, como outras tantas aqui colocadas, e, de forma muito enfática, apresento a minha solidariedade, o meu comprometimento e a minha integração em todo processo que busca agilizar uma solução legislativa, no que nos concerne, com a maior brevidade. Observo que a Casa, por toda natureza, está envolvida em outras prioridades. Mas, pessoalmente, entendo que nenhuma prioridade pode superar esta, a de que nós, integrantes do Legislativo, vençamos toda tramitação regimental que as matérias em geral precisam receber aqui na Casa e que, nessa situação especialíssima, façamos com que ela seja reduzida o máximo possível, numa demonstração e num gesto do Parlamento da Cidade suficientemente forte e capaz de passar para a opinião pública não mais uma expectativa com relação à nossa solidariedade e boa vontade com o projeto, mas mais do que isso, Ver. Elizandro, anunciar, de forma expressa, que o Legislativo não está vacilando, está-se posicionando, no sentido de que, com a maior brevidade e com a maior eficiência, a Casa se manifeste e enseje para que, num curtíssimo prazo, possamos estar votando o projeto de lei e, em votando o projeto de lei, dando uma demonstração pública do nosso compromisso com o trabalho que busca ser realizado no Hospital de Clínicas de Porto Alegre, em benefício da saúde e da vida do cidadão porto-alegrense. Numa Cidade onde a gente só lamenta a perda de leitos hospitalares, quando se tem a possibilidade de contribuir para o aumento do atendimento hospitalar, Ver. Paulo Brum, não há como se dizer não; ao contrário, temos que ficar coesos e unidos, dizendo “sim” ao projeto.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. MÁRCIO
BINS ELY: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, público que nos
assiste nas galerias e pela TVCâmara, quero cumprimentar especialmente as
monitoras das escolas infantis que participam hoje do debate aqui na Casa
relativo ao Veto. (Palmas.)
Quero pedir licença para saudar o nosso querido
Romildo Bolzan Neto, Presidente da Juventude Socialista do PDT de Osório, que
também participa hoje desta tarde de trabalho na Câmara Municipal.
Vou fazer referência a alguns projetos. O primeiro
deles tem até a ver um pouco com a questão escolar. Fui parecerista, na
Comissão de Constituição e Justiça, do projeto de lei do executivo que dispõe
sobre o fornecimento e uso de uniforme escolar para os alunos da Educação
Infantil, Fundamental e Especial na Rede Pública de Ensino de Porto Alegre.
Então, temos aqui a iniciativa do Ver. Sgarbossa e do Executivo, o que reforça
o compromisso desta Casa com o fornecimento dos uniformes para as nossas
crianças que estão na rede pública. Acho que é um gesto importante do nosso
Executivo.
Quero fazer menção ao nosso querido Ver. Paulinho
Motorista, que é motorista de ônibus. Amanhã, aqui na Casa, essa pauta vai
estar em efervescência, vai haver aqui uma audiência pública importante para
debater o edital da licitação, mas que aborda também a questão da inclusão dos
condicionadores de ar no rol de características mínimas para a inclusão de veículos
na frota de prestação de serviço de transporte coletivo em Porto Alegre. Quero
destacar aqui que inclusive as rodadas do Orçamento Participativo configuram
também um indicativo da população no sentido de confirmar esse item
praticamente necessário e fundamental hoje, tendo em vista as oscilações
climáticas, enfim, e todos os avanços da tecnologia que nos permitem, quem
sabe, chegar a um preço razoável, podendo oferecer esse conforto para os
usuários do transporte coletivo em Porto Alegre.
E, por fim, não poderia ser diferente, ouvi V. Exa.
atentamente, com relação à ampliação do complexo hospitalar do Hospital de
Clínicas. Hoje, o nosso colega Ver. Dr. Thiago, que é o Presidente da Comissão
de Saúde desta Casa, representando o nosso Partido, participou do programa
Polêmica, e deu uma importante contribuição no sentido de realmente fazer uma
construção que nos permita trazer para a Cidade um investimento da
grandiosidade que está sendo proposta na ampliação, dada a necessidade que
existe hoje da ampliação dos leitos, da organização, da redistribuição do
espaço do Hospital de Clínicas.
Eu quero dizer que ontem mesmo participei de um
evento no Hotel Everest e encontrei o Dr. Marczyk,
preocupado, pedindo o nosso apoio. As pessoas estão procurando os Vereadores,
por meio das redes sociais, no sentido de confirmar essa questão que envolve a
ampliação do Hospital de Clínicas. Então, vamos ter que ver, obviamente, essa
questão do corte de árvores, da remoção de árvores, do replantio, das
compensações vegetais, mas não podemos deixar passar um investimento dessa
grandiosidade para a Cidade. É um hospital que carece de investimento, o
dinheiro está à disposição da Cidade, isso vai atender lá na ponta, a quem mais
precisa. Então, nós não podemos nos omitir, e a Câmara Municipal deve confirmar
esse projeto, que está em 1ª Sessão de Pauta, terá que cumprir mais duas
pautas. Mas eu já quero me adiantar e tenho certeza de que, na condição de
Líder, falo em nome da minha Bancada, estaremos aqui trabalhando no sentido de
viabilizar esse investimento para a Cidade, não só para os porto-alegrenses,
mas para o Estado todo, porque nós sabemos como funciona a ambulancioterapia no
Estado do Rio Grande do Sul, muitas ambulâncias não só da Região Metropolitana,
mas do Interior mais longínquo também vêm trazer casos de maior complexidade
para serem atendidos aqui na Capital. Então esse nosso indicativo também, aqui,
de apoio e aprovação desse EVU que está sendo proposto pelo Executivo, no
sentido de flexibilizar a legislação e poder garantir esse investimento para
Porto Alegre e Rio Grande do Sul. Pela atenção, muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para
discutir a Pauta.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, Ver. Professor
Garcia, professor que está presidindo a Casa. Hoje o tema da Educação volta
para esta Casa na pessoa dessas valorosas trabalhadoras, monitoras de educação
infantil da Rede Municipal de Porto Alegre. (Palmas.)
Quero dizer, gurias, que estou bastante emocionada
pela presença. Elas vieram para conversar com cada Vereador e Vereadora desta
Casa. A coincidência é que está na Pauta uma proposição do próprio Executivo
Municipal que dispõe sobre o fornecimento de uniforme escolar para as escolas
do Ensino Fundamental, Médio e Educação Infantil. E nós sabemos o problemão que
foi. Essas mulheres que estão aqui, que seguram a escola infantil das 7h às
19h, sabem...
(Manifestações nas galerias.)
A SRA. SOFIA
CAVEDON: ...as crianças, Vereador, desde bebês, de zero a cinco anos, o dia
inteiro, atendidos, educados, cuidados por uma figura que compõe o quadro dos
adultos, mas que é, na verdade, o lastro para o funcionamento da escola
infantil ao lado do professor. Professor é um por turma, o resto do tempo é o
monitor, é a monitora, junto, com apoio...
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Ver.ª Sofia Cavedon, a senhora está discutindo a
Pauta ou utilizando o tempo de liderança do PT? (Vaias.)
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Na Pauta. Eu vou voltar para a Pauta. E elas sabem, Presidente, o que
foi o drama do uniforme escolar inadequado...
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Só um minutinho, eu aceito vaia em qualquer
momento, só que o Vereador tem que se limitar ao tema. Depois, quem quiser me
vaiar, pode me vaiar.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Presidente, fiz uma volta um pouquinho longa, mas estou tratando dos
uniformes escolares. E as monitoras são as que viveram...
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Vereadora, esse projeto não está em pauta. Estamos
numa Sessão Extraordinária, e três projetos estão em Pauta: um é um projeto
meu, que obriga a questão do Wi-Fi; o segundo é um projeto do Ver. Marcelo
Sgarbossa, de placas indicativas; e o terceiro do Hospital de Clínicas, Vereadora.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Desculpa, estou com uma folhinha que lista este projeto dos uniformes
escolares. Está aqui na minha mão, e se estou falando de um projeto que não
está, fui induzida ao erro pela organização da Casa. Vereador-Presidente, assim
eu fico com dificuldades, mas vou dizer que é muito importante, que cada um dos
Vereadores está tendo uma atitude muito bacana, de ouvir, conversar, e é isso
que vamos fazer durante a tarde.
Com relação a esses três projetos, gostaria que a
gente tratasse o tema do Hospital de Clínicas com muita racionalidade, com
muito equilíbrio e muita construção coletiva, porque a imprensa adora ter uma
polêmica para ganhar audiência, não é, Vanessa? A Agapan está massacrada porque
está levantando o tema das árvores, e aí imprensa já adorou: bastante
audiência, dinheiro no bolso... E é uma irresponsabilidade com a Cidade, uma
irresponsabilidade com a Agapan, e uma irresponsabilidade com o Hospital de
Clínicas se a gente levar esse tema desta maneira. Eu acho que um bom projeto
convence ambientalistas, convence a Cidade e melhora a Cidade, e nós vamos
cuidar deste projeto desse jeito.
Agradeço, Presidente, sinto ter sido interrompida,
mas foi importante, enfim, o atrapalhado da pauta para dizer que vocês são
muito bem-vindas, a luta é muito justa. E viva a educação infantil! (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Engº Comassetto está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. ENGº
COMASSETTO: Sr. Presidente, colegas Vereadores, Vereadoras, prezados visitantes,
trabalhadores e trabalhadoras da educação, sejam bem vindos a esta Casa.
À nossa colega e sempre Vereadora e Presidente
desta Casa, Ver.ª Margarete Moraes, que está aqui, tendo sido a primeira mulher
Presidenta da Casa, os cumprimentos da nossa bancada e certamente de todos os
colegas Vereadores. Eu quero tratar aqui, hoje, do projeto que está em 2ª
Sessão de Pauta, que é o projeto relacionado à ampliação do Hospital de
Clínicas de Porto Alegre. Esse projeto, sob o nosso ponto de vista, está
organizado para reestruturar uma das principais intervenções da saúde pública
do Estado do Rio Grande do Sul em Porto Alegre, sobre a política pública do
Governo Federal, dentro do sistema de saúde pública. Esse projeto vai aumentar
o bloco cirúrgico e o centro de cirurgia ambulatorial, que hoje tem 28 salas,
para 41 salas. Queremos ou não queremos essa ampliação? O centro de tratamento
intensivo, a CTI, que hoje tem 54 leitos, irá para 110 leitos. Para o trabalho
de diálise, hoje temos 19 poltronas; passará para 34 leitos para adultos e 2
leitos para a pediatria.
Esse projeto está em debate na Cidade. Eu trago
aqui as imagens da maquete do projeto. Volta a discussão sob o ponto de vista
das árvores que ali existem. É óbvio que nós defendemos a qualidade ambiental.
Hoje, pela manhã, eu tive a oportunidade de ir ao Hospital de Clínicas para
debater com a direção, assim como ela veio a esta Casa ontem, para conhecer os
detalhes do prédio.
Hoje, a emergência tem 1.700 metros quadrados e,
com a nova construção, ficará com 5.159 metros quadrados. Portanto, triplica de
tamanho a emergência do Hospital de Clínicas, que recebe a população de todo o
Rio Grande do Sul e de fora do Rio Grande do Sul. E a concepção do prédio
incorpora os conceitos de arquitetura e de sustentabilidade, recoloca a
utilização solar. O tema da aeração, o tema da disposição energética do prédio
está inserido dentro dos conceitos de sustentabilidade e da arquitetura,
incorporando aquilo que nós defendemos aqui.
E há dois temas polêmicos colocados aqui: um é a
supressão de um conjunto de árvores para instalar esse equipamento para salvar
vidas; o outro é que ele não constrói as 4.400 vagas de carros que o atual
Plano Diretor permite - o projeto que vem aqui diz que podem ser 2.500 vagas,
como está sendo apontado. E nós temos feito uma discussão conceitual aqui: nós
queremos cidadania, o cidadão ou o carro? Eu não tenho dúvida de que nós temos
que defender sempre a pessoa antes do automóvel. Portanto, esse projeto que está
em pauta tem o entendimento da nossa bancada, do Partido dos Trabalhadores,
para correr urgência, bem como estamos defendendo, sim, que esse é um projeto
que vem para qualificar a saúde de Porto Alegre, vem para humanizar um
atendimento fundamental que é a saúde pública.
Portanto, com todos vocês que estão aqui hoje, que
estão acompanhando este debate, nós queremos dizer que temos urgência e temos
que votar e aprovar, porque a saúde é defender vida! E nós temos que sempre
defender a educação e a saúde. Um grande abraço. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra para
uma Comunicação de Líder. Aproveito, Vereadora, para registrar que, em tempo de
Liderança, o Vereador pode falar qualquer assunto, de qualquer natureza, e não
é feita nenhuma intervenção por esta presidência.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Obrigada, Presidente. Eu quero trazer a opinião do
PSOL, em meu nome e em nome do Ver. Pedro Ruas, nosso Líder, primeiro, da importância
da tarde de hoje. Nós vemos uma grande mobilização na Câmara de Vereadores, uma
mobilização das monitoras, valorosas, guerreiras, que constroem a política da
educação no nosso município na rede infantil; uma mobilização dos escultores,
que tiveram aqui, presentes, e nós, em comum acordo com o Ver. Bernardino
Vendruscolo, teremos o adiamento do projeto que trata das esculturas em uma
audiência pública, para discutir esse tema; e a presença, também, dos colegas
municipários do 156, que hoje têm um projeto para reverter uma injustiça
histórica, uma injustiça de trabalhadores que fazem a mesma função 156 e que
não têm a mesma gratificação dos colegas. Nós recebemos essa pauta na Comissão
dos Direitos Humanos, no ano passado, e ficamos chocados com as condições de
trabalho dos nossos colegas municipários. Hoje entra, na Reunião Conjunta, um
projeto que faz justiça a esses trabalhadores, mas, certamente, também é fruto
da mobilização da categoria. Então, quero cumprimentá-los e cumprimentá-las e
dizer da importância da mobilização de vocês. Podem contar com o apoio do PSOL.
Eu quero, neste pronunciamento, fazer a nossa
defesa, prezadas companheiras do Simpa, da ATEMPA, que estão presentes junto
com as monitoras, nesta bela mobilização, diante daquilo que foi uma conquista
da categoria.
Nós, em 18 de dezembro de 2013, aprovamos uma
emenda, de autoria da Ver.ª Sofia, nesta Casa, que aprovava o padrão 7 para as
monitoras; as monitoras que estão na rede já sofrendo com a sobrecarga de
trabalho, já sofrendo com a falta de profissionais, que têm que fazer hora
extra para suprir a falta de trabalhadores, que estão sofrendo com a ausência
de concurso público e ainda recebem baixos salários para uma função tão
importante, que é o acompanhamento, a educação e a valorização das nossas
crianças. (Palmas.) E, mesmo assim, nós aprovamos essa emenda por unanimidade.
A Secretária Cleci sempre se manifestou favorável à pauta de mudança do padrão
6 para o 7 – tenho, aqui, a tabela para os Vereadores que desejarem ver as mudanças
reais no salário das monitoras.
A nossa surpresa é que o Prefeito José Fortunati vetou a Emenda nº 07, vetou anos de luta dos trabalhadores e trabalhadoras, vetou o sonho do reconhecimento e da valorização pelas longas jornadas e o trabalho excelente realizado para o Município de Porto Alegre; vetou o início da campanha e da luta daqueles e daquelas que buscam o reconhecimento e a valorização salarial. O Prefeito José Fortunati vetou, justamente, a emenda que destina R$ 5 milhões para as estruturas temporárias da Copa, ou seja, para as empresas que, a reboque da FIFA, virem a se instalar no Beira-Rio, não pagarem impostos e, ainda, irem embora da nossa Cidade recebendo R$ 5 milhões de dinheiro público do Governo Fortunati, R$ 25 milhões do Governo Tarso. A Fan Fest, para a Copa, vai receber R$ 8 milhões. É possível dar R$ 8 milhões para as festas, em nome da Copa do Mundo; para os CCs, são mais de R$ 100 milhões gastos anualmente; mas, para as monitoras, para os municipários, para o 156, para a turma da saúde, para a pauta da juventude e do passe livre, nunca tem recursos.
Nós estamos chocados e indignados com esse veto.
Nós, do PSOL – Ver. Pedro Ruas e eu – temos opinião política, sabemos que tem
recursos e que, na verdade, a Prefeitura prefere financiar coisas extremamente
secundárias, muitas vezes até nefastas ao nosso povo, porque o verdadeiro
cabide de emprego da Procempa onerou em R$ 50 milhões o Município de Porto
Alegre, com uma quadrilha fraudulenta que ficou durante oito anos instalada na
empresa de tecnologia e está sendo investigada por R$ 50 milhões roubados do
nosso povo.
Nós queremos fazer um apelo aos líderes. Esta
Câmara votou por unanimidade: cada um dos Vereadores e Vereadoras aprovou a
emenda padrão 7. As trabalhadoras estão aí para conversar com cada um de vocês
pedindo que mantenham a coerência, o voto, a sua palavra e o respeito às
monitoras. Reitero que esta Câmara votou por unanimidade. Dia 10 de março, como
o Presidente já anunciou, será a votação do veto. Faremos uma audiência pública
na CECE – o Presidente, Ver. João Derly, já me falou –, pela manhã, para tratar
o tema, mas nós queremos, sobretudo, a coerência dos Vereadores para reconhecer
essas valorosas profissionais.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Obrigado, Ver.ª Fernanda. A Ver.ª Jussara Cony
está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. JUSSARA
CONY: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, eu quero
cumprimentar a todos que estão hoje aqui, nesta Casa, acompanhando uma tarde
que eu creio ser de extrema importância para a cidade de Porto Alegre. Inicio
saudando as monitoras e os monitores neste dia de luta e saudando, também, a
presença da Margarete Moraes – um expoente na nossa Cidade e no nosso País, a
primeira mulher Presidente desta Câmara de Vereadores –, que também vem aqui
com uma demanda da luta pela cultura. E quero dizer às monitoras e aos
monitores, em meu nome e em nome do Ver. João Derly, que o que nós precisamos
não é voto àquelas emendas aprovadas, como a sua, Ver.ª Sofia Cavedon, que
encaminham para o que nós precisamos, finalmente, que é um Plano de Cargos,
Carreiras e Salários para todo o Município de Porto Alegre, para carreiras como
a da Educação, por que os municipários - aí saúdo o Simpa e a ATEMPA -, em
todas as áreas de atuação, são sustentáculo para políticas públicas, ainda mais
na educação, para transformação de fundo na nação brasileira, porque a educação
é estratégica para as transformações que nós precisamos para fazer o Brasil
avançar ainda mais. Mas quero aqui iniciar cumprimentando o Ver. Garcia, que,
como Presidente desta Casa, colocou no centro do debate o Projeto de Lei do
Executivo em relação ao Hospital de Clínicas. O que nós vamos é o estudo da
viabilidade urbanística, licenciamento, seja do que for, inclusive de árvores,
é responsabilidade da Secretaria afim dentro da gestão do Município. Que fique
muito claro: não vamos nos furtar de aprofundar essa discussão em outros
momentos, mas em tempo de liderança eu inicio pelo que o Vereador disse com
esta visão, porque é a concepção de saúde como um Projeto de Estado,
fortalecendo o setor público para enfrentar a visão mercantilista de saúde que
tem oportunizado o desmonte do setor público, para justificar a privatização.
Porto Alegre, hoje é um caos em saúde; nós estamos
desestruturando as estruturas de saúde, enveredando para as terceirizações, o
que significa desmerecer, desrespeitar os trabalhadores em saúde. E o Simpa,
junto com a Comissão de Saúde e Meio Ambiente, tem acompanhado e trabalhado
essa questão. O Projeto do Hospital de Clínicas, um Projeto importante, em
outro momento vou me deter como profissional de saúde, ponto por ponto, ele
está pronto há mais de um ano. O Hospital de Clínicas é ligado a Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, do qual eu sou funcionária pública concursada,
aposentada, trabalhei inclusive dentro do Hospital de Clínicas. Ele é do
Ministério da Educação. É um Projeto de aumento, de expansão do Hospital de
Clínicas, estratégico para uma Cidade, que não está atendendo a demanda da
saúde do povo de Porto Alegre, é um Projeto do Governo Federal para ampliar o
setor público para garantirmos SUS com qualidade, sob o ponto de vista da
assistência, do ensino e da pesquisa, para materializar o SUS na vida das pessoas.
O Hospital de Clínicas com o Grupo Hospitalar Conceição, o qual tive o prazer e
a honra de dirigir no governo do Presidente Lula, são os dois hospitais
públicos – um do Ministério da Educação e o outro da Saúde - que estão usando o
dinheiro público para a fazer a expansão, para dar atendimento à sociedade não
só de Porto Alegre, mas do Rio Grande do Sul. A Prefeitura foi incompetente
para resolver e aprovar o Projeto por burocracia, quer transferir a
responsabilidade para a Câmara. Eu quero dizer, em meu nome e no do João Derly,
que para nós a saúde é prioridade estratégica. Nem nós e nem esta Câmara vai se
negar de fazer a discussão e aprovar este Projeto, porque não dá para
tergiversar aqui sobre ter mais saúde para uma cidade e para um Estado! Porque
o Hospital de Clínicas inclusive é referência em ensino e pesquisa para os 40 e
tantos hospitais de ensino e pesquisa do Brasil. Não dá para tergiversar! É
saúde, é vida, é SUS para todos! E esta Câmara Municipal não se furtará! A
nossa Bancada tem posição firme, coerente com a responsabilidade de construção
do SUS, de formar e capacitar profissionais para atender o Sistema Único de
Saúde com qualidade, para todo o povo de Porto Alegre, do Estado e do Brasil!
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): A Ver.ª Any Ortiz está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
A
SRA. ANY ORTIZ: Boa-tarde, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores,
monitoras que hoje ocupam o plenário, uma boa luta a todos nós. Eu ocupo a
tribuna para falar sobre o Projeto de Lei do Executivo que trata da
obrigatoriedade do uniforme escolar. Os Vereadores já sabem, pois já foi
discutido em Pauta por duas vezes, sobre o Projeto que eu protocolei no ano
passado, tornando obrigatório o uso do uniforme escolar, para que ele não fosse
apenas um programa deste Governo. Claro que todos nós olhamos este Projeto com
bons olhos, mas que ele não fosse apenas um projeto de Governo, que o uso do
uniforme escolar, independente do governo que vai estar dirigindo a nossa
Cidade, que ele seja constante e permanente. Todos sabemos da importância do
uniforme escolar, tanto na identificação dos alunos, como na segurança dos
alunos, na economia para as famílias, por conta do fornecimento do uniforme, na
discriminação dentro das escolas. Muitas vezes, os alunos vão com suas roupas,
e é gerada uma discriminação e um bullying
naqueles que não podem ter a roupa da moda, não podem estar vestidos com as
roupas e os tênis da moda. O uniforme é muito importante. A adoção do uniforme
escolar nas escolas municipais é de extrema importância. A obrigatoriedade e a
instituição desse programa são fundamentais para existir uma padronização dos
alunos da Educação Básica, da Educação Infantil e do Ensino Médio.
Eu quero fazer um registro aqui de agradecimento ao
Executivo por ter visto o meu projeto com bons olhos e ter feito um projeto no
mesmo sentido. Esse projeto do Executivo pode até sanar qualquer questão que
venha a impedir o meu projeto de lei de ser aprovado e ser sancionado, por ter
vindo de uma Vereadora, do Legislativo. Eu entendo que o nosso papel aqui é o
resultado de uma ação. Independentemente de se for aprovado o projeto que eu
protocolei nesta Casa ou se a gente vier a aprovar o projeto de lei do
Executivo, os dois falam da mesma coisa, os dois caminham no mesmo sentido.
Este é o sentido que nós queremos, de mais igualdade, no sentido de os nossos
alunos da escola pública poderem ter segurança, poderem ter uma padronização
dos uniformes, bem como essas famílias poderem estar mais tranquilas e saberem
que os seus filhos vão estar todos iguais dentro da escola. Eu queria
encaminhar nesse sentido e poder dizer que esse programa do Governo Fortunati
foi construído muito bem; ele foi construído, realizado, idealizado. Hoje a
gente pode ver isso nas ruas da Cidade. Então, é nesse sentido, de total apoio
do PPS a esse projeto, e o resultado é o que importa, a gente saber que, lá na
ponta, as crianças vão ter a garantia de ter o uniforme escolar não só dentro
desse Governo que temos agora, mas sim para o futuro. Muito obrigada. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Tarciso Flecha Negra está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. TARCISO
FLECHA NEGRA: Boa-tarde, Presidente, Vereadores, Vereadores, público que nos assiste
pela TV e aqui na Câmara de Vereadores. Eu não poderia deixar de saudar aqui as
monitoras, a Ponta Grossa (Palmas.). Em nome do meu Partido, o PSD, eu venho
aqui bem tranquilo, mas bem tranquilo, mesmo, bem à vontade, porque muitos
sabem que sou independente, eu não sou situação, nem oposição, e voto com o meu
coração. Há 12 anos eu convivo na Zona Sul, principalmente na Ponta Grossa,
conheço aqueles colégios, conheço aquelas crianças, conheço as monitoras, os
professores e sei dessa luta para educar os nossos filhos, os nossos netos,
para dar aquele carinho quando a gente deixa com vocês. E vocês têm esse
carinho! Têm esse carinho que a mãe tem em casa, que o avô tem em casa e que a
avó tem em casa. Então, nada mais justo do que a valorização dos monitores,
Padrão 7. Isso é importante! Se nós queremos ser um país de Primeiro Mundo como
muitos dizem, um País educado, a educação está em primeiro lugar! A educação
está em primeiro lugar, porque senão não existe país educado. (Palmas.) Então, quero dizer a todos vocês, monitores e monitoras, que
eu, Tarciso Flecha Negra, tenho um sobrinho lá com vocês, tratado com muito
carinho, onde já estive, em visita com a CECE, junto com a Sofia, no ano
passado, quando ela era Presidente, e vi o carinho com que vocês tratam aquelas
crianças. Então, merecem o meu apoio por levantarem esta bandeira que eu sempre
levantei na minha vida: a da criança, do jovem, da educação, do esporte e do
lazer. Isso deixa o meu coração muito contente. (Palmas.) Eu sei o que é vir de
uma família humilde. Sem vocês, eu não estaria aqui. (Palmas.) Então, vocês têm
todo o meu apoio, o apoio deste Vereador, deste Partido, e acredito que vão ter
o apoio da maioria dos Vereadores ou de todos, porque, quando se trata de educação,
são os nossos filhos e os nossos netos. Obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. João
Derly está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pela oposição.
O SR. JOÃO DERLY: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores e Sras. Vereadoras, quero cumprimentar as monitoras presentes nas
galerias, a ATEMPA e o Simpa. Tratar bem os servidores é a garantia de um
serviço de qualidade. É isso que nós temos visto e a importância de ser
valorizado, como por exemplo, no caso das monitoras. Serviço público de
qualidade é de interesse da Cidade, assim como a saúde, a educação – são
serviços prioritários para a nossa Cidade, Ver. Idenir Cecchim. Eleição, todo
mundo defende. Defendemos saúde de qualidade, educação de qualidade, e, para
que se tenha isso efetivamente, é preciso investir em quem faz a educação
acontecer no dia a dia, naquele que está presente na vida das crianças, naquele
que, muitas vezes, molda o caráter das crianças, trazendo o conhecimento,
contribuindo na formação da criança – as monitoras aqui presentes. Por isso
devemos derrubar esse Veto, devemos nos unir, como o Ver. Tarciso Flecha Negra
acabou de falar, e defender a mudança do Padrão 6 para Padrão 7.
Nós, enquanto
Comissão de Educação, Cultura e Esporte da Câmara de Vereadores, CECE, há pouco
conversava com a Ver.ª Sofia Cavedon e com outros Vereadores, chamaremos uma
reunião com a Secretária de Educação – gostaríamos da presença dela – para que
possamos debater e possamos ter um diálogo com a Secretaria de Educação em
relação a esse tema. Ainda não temos a confirmação, mas provavelmente seja no
dia 10, às 10h, no dia em que será votado o Veto.
Agradeço a todos que
estiveram aqui lutando por seu espaço, fazendo uma reivindicação digna, e
convido-os a participar dessa reunião no dia 10, com a Secretária. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia – às 15h26min): Havendo quórum, passamos à Ordem do Dia.
Estão suspensos os
trabalhos por cinco minutos para as despedidas do pessoal
das galerias.
(Suspendem-se os trabalhos às 15h31min.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia – às 15h36min): Estão reabertos os trabalhos.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. Nº 2805/13 – PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 312/13,
de autoria da Verª Mônica Leal, que proíbe os cidadãos de utilizarem máscara ou
qualquer meio capaz de ocultar o rosto com o propósito de impedir sua
identificação em manifestações públicas no Município de Porto Alegre e
normatiza o direito constitucional dos cidadãos à participação em reuniões
públicas. Com Emenda nº 01.
Parecer:
-
da CCJ. Relator Ver. Elizandro Sabino: pela inexistência de óbice de
natureza jurídica para a tramitação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia
em 24-02-14 por força do art. 81 da LOM;
- discutiram a matéria os
Vereadores Sofia Cavedon, Valter Nagelstein, Delegado Cleiton, Idenir Cecchim,
Alberto Kopittke, Márcio Bins Ely, Clàudio Janta, Alceu Brasinha, Fernanda
Melchionna, Marcelo Sgarbossa e Engº Comassetto, em 24-02-14.
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Em discussão o
PLL nº 312/13. (Pausa.) O Ver. Alberto
Kopittke está com a palavra para discutir o PLL nº 312/13, por cedência de
tempo do Ver. Mauro Pinheiro.
O SR. ALBERTO KOPITTKE: Caros colegas,
saudando todos aqui, mais uma vez volto para fazer a discussão deste projeto da
Ver.ª Mônica Leal. Apesar de termos discutido esse assunto por toda a tarde de
segunda-feira, é importante para os colegas e as pessoas que nos assistem: é o
projeto que visa proibir a utilização de máscaras em manifestações e regra as
manifestações públicas em Porto Alegre. O que, segunda-feira chamei a atenção
aqui, diversas vezes, Cacica Acuab, é de que estamos fazendo por Lei Municipal
uma restrição de uma garantia fundamental, de uma cláusula pétrea da
Constituição Federal. E chamo atenção, Ver. Pedro Ruas, novamente, por exemplo,
para o inciso IV do parágrafo 2º, porque a partir de agora - vejo vários
movimentos aqui, vi as monitoras -, manifestação em Porto Alegre, Ver.
Brasinha, só com autorização da polícia. Imagina se o senhor, que é um
gremista, pega um delegado ou um coronel colorado, daqui a pouco não deixam os
gremistas saírem para a rua. A Cacica Acuab me procurou, em nome do povo
Charrua, mas tenho certeza de que esta é também uma demanda do povo Guarani e
de todos os povos indígenas. O povo indígena - a quem um Deputado Federal do
mesmo partido da Ver.ª Mônica tem chamado de “tudo aquilo que não presta” -
cobre o rosto para sair na rua, e ela me disse uma expressão muito bonita - e é
uma pena que não tenhamos aceitado ouvir aqui a OAB e outros movimentos, porque
a Cacica nos diria uma coisa muito bonita que ela me disse de forma pessoal: que
este rosto dela não pertence a nós; pertence ao povo dela, e às tradições
ancestrais do povo dela, que se veste, que se pinta, que usa seus adornos para
se manifestar. E nós, hoje, vamos rasgar isso. E eu acho muito estranho, porque
nos últimos 15 dias o Rio Grande do Sul assistiu quatro manifestações que
merecem uma reflexão. Primeiro, a fala do Deputado Heinze, do PP, dizendo que
índio, quilombola e lésbica são tudo o que não presta. Depois, duas chamadas
publicitárias do tenente-coronel Riccardi, também filiado ao PP, incensando a
quebra da hierarquia militar no Rio Grande do Sul, que a Brigada Militar não
siga mais as ordens do seu comando e crie estruturas paralelas para combater as
manifestações. Parênteses: por acaso, ontem, viaturas da Brigada Militar
queimadas, fecha parênteses. Terceiro ato: uma lei da Ver.ª Mônica, também do
PP, regulando manifestações públicas em Porto Alegre e que elas sejam feitas
somente mediante autorização policial. E fato quatro: a posição do Ver. Nedel
contra a discussão da ditadura militar nesta Casa. Então, são posições
legítimas, políticas, mas as quatro demonstram uma concepção de mundo, uma
visão de sociedade que este País conhece bem: autoritária, que começa
restringindo um direito, e assim vai avançando e restringindo outros direitos.
E acusa quem vem à luta desses direitos que todos nós, do PDT, do PTB, do PMDB,
do PSB, do PCdoB e tantos outros partidos, lutamos nas ruas para conquistar. E
eu acho incrível como se rasga isso com tanta facilidade, e essas pessoas que defendem
a democracia e os direitos civis começam a ser acusadas de estar compactuando
com os vândalos. A próxima etapa será a de que compactuam com os terroristas. A
gente já viu esse filme na história do Brasil, essa nuvem que começa a cobrir a
racionalidade e começa a estimular a polarização da cidadania brasileira.
Porque essas pessoas, esses grupos políticos precisam que o País se cinda, que
o partido se polarize, se radicalize, se não eles não conseguem apresentar
projeto de governo, projeto nas eleições e conquistar o poder. Esse tipo de
pensamento precisa estimular que o País entre num estado de exceção, porque
através da política eles não têm projeto e programa político. E, por isso, eles
sempre vão defender o uso da força e não a força das
ideias, porque eles precisam da força para substituir a política, e isso é
muito perigoso para todos aqui que acreditam na democracia. Eu tenho certeza
que a grande maioria dos partidos que está aqui presente tem essa trajetória e
esse compromisso. Então, eu peço aos colegas que reflitam sobre esses
acontecimentos, sejam as falas do Tenente-Coronel Riccardi, filiado ao PP, que
comanda a Associação dos Oficiais da Brigada, incensando a quebra da hierarquia
na Brigada Militar de forma irresponsável! Aliás, eu não ouvi, Ver. Brasinha,
nenhuma fala do seu partido contra essa irresponsabilidade. Eu fico imaginando,
Brasinha, se ele fosse de outro partido, o que não diriam? São artigos
publicados no jornal Zero Hora dizendo que o soldado se rebele contra o seu
comando. Esse é o ponto ao qual essas pessoas estão chegando para tentar chegar
ao poder aqui no Rio Grande do Sul. Então, reflitam bem sobre o que este
projeto representa e saibam que, depois de ele ser votado, qualquer
manifestação pública em Porto Alegre terá que ser mediante a autorização da
Polícia. É isso que estamos votando aqui, e eu sei que isso não é da
concordância de todos. A política não é feita só para aparecer em jornal e
contentar a maioria; política é para defender direitos que nós tanto lutamos
para ter.
(Não revisado pelo
orador.)
(O Ver. Delegado
Cleiton reassume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Delegado Cleiton): O Ver.
Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir o PLL nº 312/13.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, este tema que
envolve a proposta da Ver.ª Mônica Leal permite algumas divagações, mas,
sobretudo, enseja a manifestação de posições, que tem que ser, em assunto como
este, muito clara. Não dá para se tergiversar sobre esse assunto. Não se diga
que a Ver.ª Mônica está dizendo, do seu projeto, que as pessoas precisam de
autorização da polícia para fazer manifestações em Porto Alegre. Não. Está
muito claro que os órgãos precisam ser avisados desse fato, porque é até do
interesse dos manifestantes que eles sejam avisados dos particulares.
Mas o que está em jogo, ao final
e ao cabo, nesse projeto, é saber o seguinte: nós apoiamos o anonimato, as
máscaras nas ruas, o vandalismo, a depredação do patrimônio, a colocação e a
exposição de vidas humanas, cuja integridade e a própria existência ficam
questionadas? Nós apoiamos isso ou queremos que isso seja desfeito, que não
mais ocorra em nossa Cidade?
Pois eu quero dizer, Ver.ª Mônica, acho que não era preciso eu dizer isso da tribuna, V. Exa. me perguntou e eu fui muito positivo na resposta: sou a favor do seu projeto, absolutamente a favor! Não entendo que ele, por si só, vá resolver todos os assuntos atinentes a este tema, mas ao menos ele posiciona que esta Casa, de forma expressa, identifique a posição dos seus integrantes, quem é favor da baderna e quem é contra! Eu sou contra, por isso, voto com V. Exa.
Eu sou contra o anonimato
covarde, que permite que as pessoas se escondam atrás da máscara e depredem
bancos - “Ah, porque banco é dos ricos” -, não! E também a banca dos
jornaleiros ali da Av. Borges de Medeiros, ou um salão de beleza um pouco mais
abaixo, ali perto da Rua Fernando Machado, enfim, todas essas áreas e todo esse
patrimônio público que têm sido depredados na cidade de Porto Alegre.
Esta Casa, que está engasgada com
uma série de assuntos, inclusive, com aquela malfadada invasão, tem que ter um
momento de definição de postura. E nós temos que ter esse momento, que é agora
e já! Nós temos que dizer, com o nosso voto, Ver. Tarciso, claramente, que não
apoiamos aqueles que escondem a cara para fazer o mal! Ao contrário, nós
apoiamos aqueles que, de cara limpa, querem fazer o bem!
E, por isso, Ver.ª Mônica, nós
estamos aqui dizendo claramente: somos a favor do projeto, acho que temos que
votá-lo ainda hoje e fica claro para todo o Brasil que a Câmara de Porto Alegre
é contra a baderna! Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Delegado Cleiton): Obrigado, Ver. Pujol. O Ver. Kevin Krieger está com
a palavra para discutir o PLL nº 312/13.
O SR. KEVIN
KRIEGER: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, boa-tarde a todos.
Venho a esta tribuna para declarar o nosso total apoio ao projeto da Ver.ª
Mônica e, também, fazer alguns relatos.
Como o Ver. Pujol já colocou, nós todos somos a
favor dos movimentos sociais. Nós temos uma experiência imensa, em Porto
Alegre, de trabalhos com a comunidade indígena, com a comunidade do povo negro,
como em outras tantas áreas dos direitos humanos. E nós respeitamos muito essas
populações e as minorias. Agora, temos que ter a ciência e a tranquilidade de
conseguir saber o que é movimento social e o que é baderna, o que é crime!
E temos visto que, infelizmente, todo aquele
movimento que tivemos em junho e julho do ano passado, movimento
importantíssimo, de tentar mudar muitas coisas no Brasil - algumas, talvez, já
tenham sido mudadas -, mas foi, infelizmente, desmobilizado, porque tivemos
muitas pessoas mascaradas, com panos na cara, que destruíram os patrimônios
público e privado. E, também, destruíram, Ver.ª Mônica, os movimentos
importantes da sociedade, porque ao saírem para protestar, buscando melhorias
na qualidade dos serviços públicos, havia infiltrados aqueles que destruíram
lojas de pequenos empresários, que empregam, que pagam impostos. Infelizmente,
a nossa Brigada Militar - que é uma polícia honrada e que faz o bem para o
nosso Rio Grande do Sul -, recebeu ordens superiores para não agir, estando a
30 metros de distância das pessoas mascaradas! Essas pessoas com panos na cara,
destruindo o patrimônio público e privado daqueles que pagam impostos e que
empregam muita gente.
Então, não adianta o Ver. Alberto Kopittke, mais
uma vez, vir a esta tribuna e generalizar, lembrando as manifestações do
Deputado Luiz Carlos Heinze e outros que se manifestaram, dizendo: “O Partido
Progressista é assim! Não é assim!” O Partido Progressista tem o maior respeito
pela comunidade indígena, com a qual trabalhei junto, de 2005 a 2008,
construindo o Espaço de Sustentabilidade Kaingang,
no bairro Lomba do Pinheiro. Isso é trabalho integrado com os direitos humanos,
isso é fazer parte do trabalho com os direitos humanos. Esse é o Partido
Progressista! Não adianta tentar colocar e generalizar, até porque, se nós
fôssemos generalizar, Ver. Nedel, infelizmente, todas as pessoas do Partido dos
Trabalhadores – nem vou lembrar, porque, infelizmente, foi muito ruim para a
nossa sociedade –, hoje estariam nos presídios espalhados pelo Brasil. A
generalização, Ver. Valter, não é boa para ninguém, é muito ruim. Então eu peço
ao Ver. Alberto Kopittke mais respeito em relação ao Partido Progressista,
porque tem feito e vai fazer muito pelo Rio Grande, e nós não podemos politizar
esta discussão, como não podemos politizar a discussão sobre a segurança pública.
Nós estamos vendo, infelizmente, cada vez mais latrocínios e mais assassinatos
na nossa cidade de Porto Alegre. E, se não fizermos um trabalho muito bom,
Prefeito e Vereador Villela, em relação à segurança pública, eu não sei onde
vamos chegar. Ou se trabalha a segurança pública tecnicamente, ou a gente não
sabe onde vai chegar, e estamos muito perto do caos, se já não estivermos. Essa
é a mais pura realidade da nossa Cidade e do nosso Rio Grande.
Ver.ª Mônica, conte conosco, porque estaremos
juntos e firmes para que os movimentos sociais - os que realmente são
movimentos sociais - possam voltar às ruas e cobrar de nós, políticos, os
melhores serviços públicos para a nossa Cidade, para o nosso Rio Grande, para o
nosso Brasil.
(Não revisado pelo orador.)
(O Ver. Mauro Pinheiro assume a presidência dos
trabalhos.)
O SR. DELEGADO
CLEITON: Sr. Presidente, companheiros da Guarda Municipal, colegas, funcionários
dessa Casa, meus colegas Vereadores, público que aqui e na TVCâmara nos
assiste; me pronunciei anteriormente sobre esse projeto comentando aqui a
situação de alguns manifestantes, assim como o João, o Brizolinha, que vieram a
esta Casa e mostraram o seu repúdio à atual política, o seu repúdio às
situações colocadas no cenário político do Brasil, do Rio Grande e de Porto
Alegre. Mas todos vieram aqui de cara limpa, e lembro-me, num primeiro momento,
de solicitarem a TVCâmara, o que foi cedido pelo Ver. Thiago, Presidente
naquela época, e todos os movimentos, todos os coletivos, todas as lideranças
estudantis, sindicalistas se identificaram. E se identificaram de peito aberto,
mostrando para que vinham, mostrando a sua indignação com alguns desmandos,
infelizmente, de alguns políticos. Naquela época, até não entendia bem aquele
momento, não entendia aquele movimento, mas fui para as ruas feliz da vida com
os meus filhos e feliz da vida com a minha filha que, hoje, completa 18 anos, a
Vitória, porque ali me sentia jovem, me sentia retornando à militância
estudantil, que fiz nos anos 1970. Só não acho justo – e aí digo aos senhores
porque desse projeto – duas questões: uma positiva por que não acho justo, e aí
vêm me dizer que os índios... os índios estão aqui de cocar e entraram na
Câmara tranquilamente, ninguém está de máscara! E aí também a minha insatisfação com o que disse o Deputado Federal Heinze, mas não
acho justo não identificar, como nós já falamos aqui – a Guarda Municipal, por
exemplo –, aqueles senhores que entram no movimento para esculhambar com o
movimento, mascarados. Também, Vereadora, e até vou colocar aqui como uma
situação, porque depois reli seu projeto, art. 2º, inciso IV, que diz: “mediante
prévio aviso à autoridade policial”. Acho que não! Sei da posição dos meus
colegas, como policial civil, eu posso falar pela Polícia Civil, e não é
posição dos policiais querer, antecipadamente, autorizar ou não uma
movimentação política, uma passeata, se é justa, se não é justa, mas uma
reivindicação. Então, é com muita certeza e muita clareza e muita tranquilidade
que digo aqui que apoio – e agora vieram me dizer que vão retirar essa emenda –
a emenda da retirada desse inciso, até porque não é isso que se quer. Não é
isso que a Polícia quer, a Polícia está aqui para investigar quem é vândalo, e
não queremos de jeito algum, em hipótese alguma interferir em manifestações
justas, com autorização ou com não autorização, ou com vistas, não é isso que
queremos. Hoje eu me encontrei com colegas que fazem parte da Comissão de
Direitos da Polícia Civil, e não é isso que se quer.
Quanto às
manifestações, contra o Governo do Estado, de um sindicalista, é direita, é
esquerda, mas é sindicalista! O Coronel Riccardi é um sindicalista! Se está
certo ou errado, é um sindicalista. Há pouco, nós estávamos aqui com uma
manifestação dos rodoviários da Carris contra a Prefeitura Municipal, e aí
ninguém falou. Era justa? Era justa, o Sindicato estava ali requerendo aumento
salarial e algumas demandas. Era justo. Assim como eu acho que é justo, sim,
reivindicar. O Coronel não me passou procuração, e tem algumas situações em que
somos até contrários no nosso pensamento. Ele tem um pensamento de polícia
única, e eu não. Acho que a Brigada Militar tem um momento na sua história, mas
a Brigada Militar não é para investigar, quem investiga é a Polícia Civil, mas
ele é um sindicalista.
Como disse inicialmente: a máscara serve para
covardes. O covarde pode estar ou na extrema esquerda ou na extrema direita.
Nós já vimos episódios de bombas estourarem, como foi o episódio do centro do
Rio. Então, senhores, a máscara está aí para evitar, para coibir situações da
extrema direita fascista, assim como da extrema esquerda, que, às vezes, pensa
que é a dona da verdade. Segurança e paz a todos!
(Não revisado pelo orador.)
(O Ver. Professor Garcia reassume a presidência dos
trabalhos.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Pedro Ruas está com a palavra para discutir
o PLL nº 312/13.
O SR. PEDRO
RUAS: Sr. Presidente, Vereadoras, Vereadores, público que nos assiste; Ver.ª
Mônica Leal, V. Exa. sabe do respeito que lhe devoto e que não é apenas
pessoal, é também pelo trabalho que V. Exa. produz porque é muito autêntico e
tem lado. É importante ter lado. Confronto aberto e franco dá seriedade e
traduz a honestidade de quem contende, os contendores. Há uma questão que há
poucos dias eu debatia, Ver. Kopittke, que me honra com a sua atenção, no
Sindicato dos Gráficos. Ali um trabalhador me dizia – eu fui advogado do
Sindicato há muitos anos: “Vereador, o senhor que é da política [política é uma
coisa ampla, não é? Política!], por que o senhor não faz um projeto para fazer
o aviso prévio de cinco meses, pelo menos, para Porto Alegre?” Eu coloquei o
que, para mim, tinha um caráter de obviedade e para o trabalhador não tinha, é
natural. “O senhor é da política.” Não adianta fazer, eu não posso fazer cinco
meses de aviso-prévio para Porto Alegre. Não está ao meu alcance, e eu gostaria
muito de fazer! Aliás, não faria cinco; faria um ano. Advogado de trabalhadores
a vida inteira, faria isso. Não está ao meu alcance.
Quando nós analisamos cada projeto, às vezes é
muito simples colocar a preliminar da competência ou não sem entrar no mérito.
Eu entro no mérito; no mérito, eu sou contra. Quero deixar claro que, no
mérito, sou contra o projeto. Mas eu estou enfocando um outro aspecto porque o
mérito tem sido bastante debatido. Eu sou contra, que fique bem claro,
registrado, que sou contra. Mas não está ao nosso alcance legislar sobre esse
tema. Eu considero isso uma obviedade, porque nós vivemos numa federação
atípica. Uma federação típica seria aquela... vamos usar o exemplo dos Estados
Unidos – talvez o único exemplo positivo que eu possa usar dos Estados Unidos
seja esse. Os Estados Unidos são uma federação típica, cada estado tem sua
própria legislação sobre temas como, por exemplo, aborto, permissão ou não do
uso da maconha. Cada estado, Ver. Comassetto, tem uma autonomia importante. O
Brasil é diferente. A nossa federação centralizada a torna singular. Aqui a
nossa legislação trabalhista é uma para o País inteiro. A legislação civil é
uma para todo o Brasil. A legislação penal é uma para todo o País. Não estão ao
nosso alcance mudanças setoriais como, por exemplo, na área tributária, em
tributos importantes, a não ser que sejam municipais.
Este tema, no qual eu me posicionei no mérito dizendo que sou contra, este tema não pode ser legislado por Municípios. Não pode, porque o uso, a permissão para andar nas ruas, o direito constitucional de ir e vir, ele não pode ser relativizado, diminuído, ou até aumentado por conta de legislação municipal. Ele não pode ser modificado, não pode exigir indumentária ou proibi-la. Portanto, nós aqui podemos até – não vai ser o meu caso, vou votar contra, a Ver.ª Mônica Leal sabe, respeitosamente – aprovar esse projeto. Mas ele não tem a menor eficácia. O que não significa que ela não tenha o direito de fazer o projeto e debatê-lo, é um tema relevante. Eu estou dizendo do ponto de vista legal e da eficácia. Para nós, não é uma questão de crítica à autoria, não é nem mesmo crítica ao projeto, Vereadora, que eu já me manifestei contra, é que mesmo que aprovado, ele não tem a possibilidade, nenhuma, de ter eficácia! Portanto, do meu ponto de vista, nós não deveríamos fazer a tentativa de legislar sobre o que não está ao nosso alcance. O projeto não tem constitucionalidade, independentemente do parecer da Casa, que eu nem olhei. Nós não podemos aprovar algo que, do ponto de vista legal, expõe a Cidade. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Apregoo Requerimento de autoria do Ver. Alberto
Kopittke, solicitando a retirada de tramitação da Emenda nº 01 ao PLL nº
312/13.
O SR. ENGº
COMASSETTO (Requerimento): Sr. Presidente, solicito a retirada do Requerimento
de minha autoria, que requer o adiamento da discussão do PLL nº 312/13 por
cinco Sessões.
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Engº
Comassetto. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se
encontram. (Pausa.) APROVADO.
Em votação o PLL nº 312/13. (Pausa.) A Ver.ª
Fernanda Melchionna está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº
312/13.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Vereadores, Vereadoras, eu acho que já ficou
evidente, pela fala do meu colega, companheiro Ver. Pedro Ruas, que esse
projeto é inconstitucional. Não só pela fala do Ver. Pedro Ruas, pela fala da
Ordem dos Advogados do Brasil, pelas falas quando da votação, no Rio e Janeiro,
do mesmo projeto, que, além de inconstitucional, é absolutamente inócuo, pelas
falas de todos aqueles que conhecem o processo de constituição, ou melhor, de
mobilização que gerou a Constituição Federal de 1988, que garante a liberdade
de reunião, que tem o art. 5º e vários incisos que permitem... Não só permitem,
ao contrário, resguardam a liberdade de manifestação. A Ver.ª Jussara Cony me
pede para falar das Bancadas que também são contra, que sempre colocaram a
inconstitucionalidade do projeto, mas eu não quero entrar nos méritos da
constitucionalidade. Eu quero entrar no problema daqueles que consideram que a
principal crise do Brasil são as máscaras, porque, no fundo, este projeto trata
de mascarar os verdadeiros problemas do povo brasileiro. Esse e tantos outros
projetos que estão sendo encomendados Brasil afora partem de uma política
repressiva, para fazer, por um lado, truculência e repressão com os movimentos
sociais e populares e, por outro, tentar impedir que haja mobilização na Copa
daqueles e daquelas que não aceitam a lógica da política do balcão de negócios.
O principal problema deste projeto é que ele mascara os verdadeiros problemas,
é que ele fala e tenta impor autorização policial como uma forma necessária
para ter mobilizações, que tenta criminalizar os movimentos sociais e os
protestos indiretamente, de forma lateral, porque o levante que aconteceu no
Brasil, em junho do ano passado, uma luta enorme, multitudinária, com milhões e
milhões de pessoas nas ruas do nosso País, foi a expressão máxima de um povo
que está cansado. Cansado da política do balcão de negócios, cansado das
tarifas abusivas do transporte coletivo e da superlotação dos ônibus, cansado
das filas dos hospitais, enquanto 33 bilhões foram dados para as empreiteiras, para
a FIFA, em nome da Copa de 2014, cansado da falta de vagas na creche, cansado
da falta de professores nas escolas estaduais – faltam 13 mil professores nas
escolas municipais –, cansado da democracia de fachada, que diz que as pessoas
só podem se manifestar de dois em dois - quando votam! Quando o povo se
mobiliza, é baderneiro, e, quando vai para a rua, tentam criminalizá-lo! Só que
foi muita gente, Ver. Pedro Ruas, e eles tiveram que morder a língua, Arnaldo
Jabor e companhia limitada, que foram para televisão e vieram para os
Parlamentos chamar o povo de baderneiro! Eu lembro bem, eu tenho memória, tem
nota taquigráfica nesta Casa! Vários Vereadores, quando tinha 30 mil nas ruas,
ficaram em silêncio aqui na Câmara! Mas, lá em fevereiro, quando eram 300,
vinham aqui criminalizar, dizer que era baderna, que era arruaça quando os
jovens se organizavam contra o abuso que é o valor da passagem em Porto Alegre!
Na verdade, esses querem criminalizar o movimento porque não querem desmascarar
os empresários ilegais do transporte coletivo! Porque eles não querem derrubar
a máscara da quadrilha que roubou na Procempa R$ 50 milhões! Porque eles não
querem acabar com a máscara do Congresso Nacional, que até hoje tem o
mandachuva Sarney, que tem o Presidente Renan Calheiros, e o povo se indigna
com as ratazanas de terno e gravata! Com as ratazanas de terno e gravata que
não usam máscaras para roubar dinheiro público! Ao contrário, usam gravatinhas
e, muitas vezes, a cara limpa, e as pessoas se indignam com essa política do
balcão de negócios! Então, eu sei que tem Vereadores, que tem governos – que é
o Governo Dilma agora - que querem botar as Forças Armadas para fazer segurança
na Copa. Quarenta milhões para gás lacrimogêneo, bala de borracha, enquanto
falta dinheiro para a Saúde e para a Educação! Querem fazer como fizeram em São
Paulo: prenderam 300 pessoas que se mobilizavam contra a Copa, de maneira
democrática! Trezentas pessoas pelo crime de estar na rua, de se mobilizar! Eu
sei que tem gente que está tentando criminalizar os movimentos sociais. Nós, do
PSOL, estamos preocupados em resolver os problemas do povo brasileiro e sabemos
que, para resolver esses problemas, é necessária muita mobilização e muita luta
do nosso povo. Nós somos contra este projeto e a favor da mobilização do nosso
povo!
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): A Ver.ª Mônica Leal está com a palavra para
encaminhar a votação do PLL nº 312/13.
A SRA. MÔNICA
LEAL: Obrigada, Sr. Presidente, Ver. Garcia. Nós assistimos, a partir de junho
de 2013, a manifestações de todas as espécies: algumas ordeiras e outras
eivadas de violências, muitas praticadas por vândalos mascarados. Houve
depredações do patrimônio público e privado, sem, em alguns casos, podermos
identificar o causador do dano. Por óbvio, o legislador não pode ser um mero
expectador desses fatos graves; então, eu elaborei e protocolei, em 13 de
setembro de 2013, este projeto, que tem um único objetivo.
Sou completamente a favor a toda e qualquer
manifestação pacífica, ordeira. Não sou a favor é de que essas manifestações
toquem o terror nas ruas da minha Cidade, que pichem o patrimônio cultural e
público, como eu assisti, no Museu Júlio de Castilhos, a um mascarado subir na
sacada do patrimônio cultural, uma fachada recém restaurada – eu, como
ex-Secretária de Estado da Cultura sei o quanto custa isso –, arrancar a
bandeira do Brasil e pichar aquela sede, aquele prédio!
Eu não sou a favor, de forma alguma, a nenhum tipo
de violência. Ora, nós vivemos numa sociedade democrática. A liberdade de
expressão gera também um dever de responsabilidade com relação às
manifestações, nós sabemos disso. Se quer ir lá agredir, pichar, tocar o
terror, é contra o aumento da passagem, é contra os serviços públicos, que o
faça de cara limpa para responder sobre isso.
Eu quero falar também sobre a constitucionalidade
do projeto. Ouvi o querido amigo Ver. Pedro Ruas, pelo qual tenho imenso
respeito. Eu não sou advogada, Vereador, mas, em que pese, eu sou de uma
família de juristas: sou mãe de advogado, sou irmã de advogado, sou esposa de
advogado, sou mãe de Procuradora Federal. Tenho plena consciência de que não
posso e não devo fazer nada que seja inconstitucional. Então, esta Vereadora,
com acompanhamento jurídico, fez este projeto. Há dois pareceres – dois
pareceres! –, da Procuradoria desta Casa, da Câmara Municipal de Porto Alegre,
e da Comissão de Constituição e Justiça, sendo que a CCJ tem brilhantes
advogados, todos os senhores e senhoras conhecem. E a Procuradoria tem um Procurador
responsável: o Sr. Cláudio Roberto Velasquez. Ora, se os senhores subirem à
esta tribuna e me disserem que este projeto é inconstitucional, esses dois
pareceres não têm validade. Então, eu recomendo que fechem a Procuradoria e que
terminem com a Comissão de Constituição e Justiça. Porque se eu me baseio – não
sou advogada -, me oriento, eu imagino que muitos dos meus colegas o façam
também dessa forma. E aqui eu escuto que isso é inconstitucional? O resultado é
que não tem validade. Ou, como eu ouvi outras pessoas dizerem, que é pífio -
não aqui, mas em outro lugar.
Ora, eu venho aqui mais uma vez para dizer que
até o motobói para entrar em um estabelecimento comercial é obrigado a tirar o
capacete. Isso é uma questão de segurança, não é uma questão ideológica,
política. Nós estamos vivendo um verdadeiro horror nas ruas. Eu quero
possibilitar ao cidadão de bem, àquele que quer se manifestar, que ele o faça
com segurança. Esse é o único objetivo. Por isso o projeto foi criado.
O atual vale-tudo nos protestos sempre traz
consequências, e trouxe um cadáver no Rio de Janeiro. O meu projeto é de
setembro de 2013. Se este projeto tivesse sido aprovado, quem sabe outras
Capitais não tivessem feito o mesmo? Foi preciso uma morte, um cadáver para
acordar as autoridades federais, o Governo Federal.
Esta simples Vereadora acompanhou cada passo das
manifestações e fez o projeto. Agora, se os senhores querem votar a favor ou
contra, eu não posso fazer nada, é responsabilidade de cada um, como cidadão de
bem de Porto Alegre. Eu só peço que estejam no plenário, deem quórum, votem e
mostrem para o cidadão de Porto Alegre a sua opinião, porque, neste momento, a
sociedade de Porto Alegre clama por segurança, pelo direito de ir e vir em
qualquer manifestação, com segurança.
Quero concluir dizendo ao cacique que pinta o
rosto, por quem tenho o maior respeito, que ele não faz manifestações
violentas. E que o PP já deu a sua nota de repúdio contra as manifestações do
Deputado Heinze. Então, terroristas? Ditadura? Isso é para quem não tem
argumento para dialogar conosco! Não me venham a esta tribuna para atirar lama
em um Partido honrado como o nosso. Todos os partidos têm problemas - acredito
que os de V. Exas. também tenham. Nós temos os nossos, mas nós somos pessoas
honradas que trabalhamos pelo bem da comunidade. Peço o voto de todos os
senhores para aprovarmos o projeto.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. DELEGADO
CLEITON: Agora, no final, antes da votação, foi retirada,
foi suprimida uma emenda advinda do Partido dos Trabalhadores, da qual eu
também faria parte. Nós temos tempo de propor uma emenda?
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Infelizmente
não, Vereador, já passou o período próprio, foi votado, e V. Exa. não se
manifestou.
O Ver. Clàudio Janta
está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 312/13.
O SR. CLÀUDIO
JANTA: Sr.
Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, público que nos assiste através
da TVCâmara, das galerias, eu venho aqui para enaltecer - e na minha vida
sempre fiz isso, enaltecia as pessoas inteligentes, as rápidas: eu quero dar os
parabéns à Bancada do PT, em um ato rápido e inteligente retirou uma emenda na
qual um bom número de Vereadores iria votar. Eu já expliquei 500 mil vezes aqui
da tribuna, e recebi até umas mensagens de pessoas me lembrando que o Batman, o
Homem-Aranha, os heróis das histórias em quadrinho que eu curto muito - e já
provei isso aqui em plenário em uma discussão sobre um herói -, mas só que
todos eles já se sabe quem são: o Batman é o milionário Bruce Wayne; o Homem
Aranha é o jovem fotógrafo Parker. O único que usa uma máscara definitiva
quando fica bravo é o Incrível Hulk. Os restantes, sabe-se a identidade de
todos. E eu tenho um herói - já vi vários filmes dele – que significa para mim,
Ver. Pedro Ruas, o real heroísmo de um povo, o real significado do heroísmo,
que nunca usou máscara: o Robin Hood, que sempre tirou dos ricos para dar para
os pobres.
Eu disse aqui desta tribuna, na semana passada, que o
Governo Federal apresenta o mesmo projeto, tanto que apresentamos aqui uma
Moção de Repúdio a qualquer projeto nesse sentido em nível federal, porque eu
acho que nós estamos engessando. Eu falava para a Ver.ª Mônica Leal que eu fui
forjado nas ruas desta Cidade, deste Estado, deste País. Eu fui forjado nas portas
de fábrica, nos canteiros de obra, nas portas de garagem, nas avenidas desta
Cidade, Ver.ª Jussara Cony, reivindicando, fazendo greve. No ano passado mesmo,
aqui, com a ajuda de vários membros desta Casa, fizemos uma grande greve dia 11
de julho. Agora, eu não posso, em hipótese nenhuma, pedir autorização para
ninguém para exercer minha profissão. Sou um comerciário, mas minha profissão é
sindicalista, a profissão que eu adotei desde que fiz a minha primeira greve,
aos 13 anos, Ver. Idenir Cecchim, quando cortei o pé no canteiro de obra e
queria uma bota ou um sapato fechado para usar. A minha vida inteira fui
sindicalista, e, como sindicalista, não posso, Ver.ª Mônica, pedir autorização
para a Brigada Militar, pedir autorização para ninguém, para fazer uma greve.
Nós iríamos votar a favor do seu projeto e a favor da emenda do Ver. Alberto
Kopittke, que, inteligentemente, tirou sua emenda, como inteligentemente
tiraram o pedido de adiamento de cinco Sessões. Conversando com outros
Vereadores, queríamos reapresentar a emenda de Liderança, vários Líderes iriam
assinar a emenda do Ver. Alberto Kopittke, mas o Regimento desta Casa, que nós
vamos defender e apoiar, não permite; então a bancada do Solidariedade
encaminha para votarmos contra o projeto aqui, no Estado e em Brasília. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para
encaminhar a votação do PLL nº 312/13.
O SR. ALCEU
BRASINHA: Presidente,
Ver. Professor Garcia; Srs. Vereadores; Sras. Vereadoras, é um dia muito
importante hoje para mim. Não posso deixar de citar aqui que, ontem, eu e os
Vereadores Idenir Cecchim e Reginaldo Pujol assistimos o jogo de futebol, e
nosso time foi muito bem, graças a Deus. Que Deus nos abençoe!
Também quero falar, Ver. Cecchim, do projeto da
Ver.ª Mônica Leal. Já tenho minha formação completa sobre seu projeto, mas vim
à tribuna mais uma vez, pois me questionaram e eu não soube responder: e o
carnaval, como fica?
(Aparte antirregimental da Ver.ª Mônica Leal.)
O SR. ALCEU
BRASINHA: Eu
sei, Vereadora, mas as pessoas que não estão esclarecidas não sabem, estão
preocupadas também, Ver. Alberto Kopittke. Eu não tenho nada contra as
máscaras, mas eu acho que de cara limpa é melhor. Mas, tudo bem! Eu acho
importante o seu projeto, porque, no momento em que as pessoas andam de cara
limpa, não tem problema, podem se manifestar; se quiserem protestar, podem
protestar. E eu sou a favor do protesto. Ver. Pedro Ruas, eu já fiz protesto
também, só que não usei máscara. E também não sou contra aquelas pessoas que
acham que devem andar com a máscara, porque acho que nós vivemos num país
democrático, com liberdade para todo mundo.
E aí eu fico pensando: eu estou com a convicção que vou
votar com a Ver.ª Mônica. Mas também fico em cima do muro, Ver. Reginaldo
Pujol. Eu estava falando agora com o Ver. Mario Fraga sobre como é que ficam os
aniversários. E o vestibular? Quando passam, os guris botam máscaras, se
pintam, como é que fica? Eu também fico preocupado, porque esta semana vi
vários estudantes que passaram no vestibular, Ver. Cecchim, e todos mascarados,
pintados. E eles não estavam fazendo desordem nenhuma, simplesmente estavam
fazendo aquela atividade que já é normal. Então, eu falava para os Vereadores da
minha bancada – Paulinho Brum, Elizandro Sabino, Roni – que estou preocupado,
Ver. Kevin.
A minha direção já está certa: vou votar com a
Mônica Leal, mas não queiram achar culpados pelas manifestações dizendo que é o
Governador Tarso. Aí eu discordo. Mas vou votar favoravelmente ao projeto.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Obrigado, Vereador. O Ver. Alberto Kopittke está
com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 312/13, pela oposição.
O SR. ALBERTO
KOPITTKE: Vejam
como realmente se trata de um debate importante, porque sobre direitos civis
não se pode fazer populismo nem oportunismo. É o que há de mais sagrado! Porque
hoje nós vivemos numa democracia, mas amanhã, se nós estivermos sob a égide de
um governo autoritário? É para isso que servem os direitos civis, Brasinha,
porque a Constituição Federal, construída por todos aqui, pelos
movimentos sociais que foram às ruas reivindicar a liberdade que não tinham
abaixo de bombas que até 1983 apavoraram este País, bombas em banca de revista,
bombas em sede de Partidos, bombas na OAB, sempre da direita deste País. Nós
construímos uma Constituição e nós, infelizmente, não podemos impedir que as
pessoas cometam excessos no uso de seus direitos. Existem greves abusivas? Existem,
e elas são condenadas pela Justiça do Trabalho. As pessoas cometem excessos nas
manifestações? Existem pessoas que fazem isso, mas para isso temos o Ministério
Público em quem eu tenho muita confiança, para isso temos a Polícia Civil em
quem eu denoto muita confiança; aliás, a Polícia Civil, Delegado Cleiton, luta
até hoje para se reestruturar da intervenção que sofreu durante a ditadura. Eu
confio na Brigada Militar para conter excessos, identificar os indivíduos que
os cometeram e puni-los. É por isso que temos aqui inclusive um acordo de
opinião sobre o tema das máscaras; achamos que, sim, elas têm que se tornar um
agravante criminal, mas não podemos abrir mão do direito sagrado da livre
manifestação. Mas a máscara foi só uma desculpa! Eu queria chamar atenção,
Brasinha, e eu sei que tu és uma pessoa sensata, e vários outros colegas são
lutadores da democracia. Quando eu nem sonhava em entrar na política, muitos
dos colegas já estavam aqui lutando pela democracia. A máscara foi só uma
desculpa que fez cair a máscara de quem jamais gostou de movimento social na
rua, de quem jamais gostou e aceitou movimento sindical na rua! Eles nunca
conseguiram conviver bem com isso. Sempre disseram que isso atrapalhava o
trânsito, a Cidade, quando não exigiam que a Brigada Militar fosse de fuzil e
matasse manifestantes. E a máscara foi só uma desculpa porque o projeto não é
sobre a máscara. Eu esperava aqui um artigo claro dizendo: fica proibido o uso
de máscaras. Estaríamos fazendo o debate, mas o projeto é muito maior do que
isso. O projeto regra o direito de manifestação na cidade de Porto Alegre. É um
retrocesso, é uma vergonha para esta Cidade, que lutou pela democracia, ser a
primeira cidade a restringir o direito de liberdade! É disso que nós estamos
falando: a vergonha para a cidade de Porto Alegre, que sempre esteve na rua;
para os seis Vereadores cassados pela ditadura, que passaram por esta Casa; por
tantos mortos aqui que lutaram pela liberdade! Nós, hoje, para aparecer no
jornal, para ficar de bem com uma sociedade, que está com medo, é verdade, e
tem motivo para ter medo... Mas, em nome do medo, nós não podemos deixar se
instaurar um regime de exceção no País. E o projeto não é sobre máscara. Quem
vai decidir o que é uma manifestação pacífica? E se o delegado, a autoridade -
não sei qual é a autoridade, mas todos nós sabemos que é inócuo esse projeto -
for católica e não quiser uma manifestação de uma outra religião, Ver. Sabino?
E se for alguém com intolerância religiosa, não gostar dos evangélicos e dizer que
a manifestação do evangélico não pode, porque ela não é pacífica, porque ela
fere os valores do Brasil? E já aconteceu, o senhor sabe disso! O Estado tem
que ser para todos. E se for de um sindicato e não gostar do outro? E assim
começa o País a desmontar a sua ordem constitucional.
E eu me surpreendo aqui com colegas que, realmente,
considerava como liberais, defensores, que sempre falaram dos Estados Unidos
como referência dos valores fundamentais, a primeira coisa que fazem aqui é
rasgar os direitos civis e fundamentais que nós temos.
Por isso, colegas, eu chamo a atenção de todos,
porque, em nome do medo, não se constrói democracia. Eu confio nas instituições
para coibir os excessos dos indivíduos, mas que esses indivíduos não
justifiquem com outros, acabem com os direitos por que tanto lutamos para
conquistar!
Eu espero que, amanhã, Porto Alegre não esteja na
capa dos jornais, envergonhando o País, por ser o início da quebra da
democracia pela qual tanto lutamos para conquistar. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Valter Nagelstein está com a palavra para
encaminhar a votação do PLL nº 312/13.
O SR. VALTER
NAGELSTEIN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, senhoras e senhores,
não confundamos alhos com bugalhos, não é, Ver. Cecchim? Eu fico impressionado
– com o devido respeito – com o contorcionismo ideológico que às vezes é
preciso fazer para se justificar posições que são absolutamente
injustificáveis. Não há tergiversação com democracia, porque não existem
conceitos diferentes de democracia. Não existe a democracia dos iluminados, não
existe a democracia dos ricos - aí é uma aristocracia, não existe a democracia
das corporações, porque é uma plutocracia.
O Ver. Alberto Kopittke faz esse exercício de ioga
ideológica, dizendo que quem não quer as manifestações são aqueles que não são
acostumados e que não querem o povo nas ruas! Foi isso o que o senhor disse!
Eu vou ler um parágrafo. (Lê.): “Defendo toda e
qualquer manifestação democrática. Democratas são aqueles que exercem
pacificamente seu direito e liberdade de exigir mudanças. São democratas
aqueles que lutam por mais qualidade de vida, defendem com paixão as ideias que
têm, a grande maioria dos manifestantes. Mas repudio o uso da violência em
manifestações e acho inadmissível atos de vandalismo, violência, pessoas que
escondem o rosto não são democratas”. Ver. Kopittke, eu vou repetir para o
senhor poder entender bem, e vou dizer o nome da pessoa que disse isso para o
senhor entender bem, para o senhor não fazer esse exercício de confundir as
coisas. Eu vou lhe dizer, eu repudio, eu me somo e me perfilio completamente
com essa posição; tenho certeza de que essa é a posição nossa, do PMDB, porque
já disse isso anteriormente. (Lê.): “(...) repudio o uso da violência em
manifestações e acho inadmissível atos de vandalismo, violência, pessoas que
escondem o rosto não são democratas”. Não foi o Castelo Branco quem disse isso!
Não foi o General Geisel quem disse isso! Não foi o Emílio Garrastazu Médici
quem disse isso! Não foi o AI-1, o AI-2, AI-3, o AI-4 ou o AI-5 que disseram
isso! Quem disse o que eu acabei de ler foi a Presidente da República, Dilma
Rousseff, Presidente da República Federativa do Brasil. Será que a Presidente
Dilma - o Partido do Vice Presidente é o mesmo que o meu - não é amante da
democracia?
Eu acho que o Presidente Lula, por exemplo, poderia
ter muitos defeitos, mas ele sempre se mostrou democrata, porque, com os níveis
de popularidade que ele tinha, poderia dar uma guinada à la Hugo Chávez, e
levar o nosso país para uma republiqueta dessas, como a Cristina Kirchner está
fazendo aqui, como o Hugo Chávez e o Maduro fizeram lá, e está dando no que
está dando. Mas eu quero louvar que o Presidente Lula sempre foi um democrata,
porque ele não se deixou levar por essas vaidades e por essas aspirações, que
podiam ter nos conduzido por um caminho errado, e a Presidente Dilma tem
sinalizado no mesmo sentido. Puxa vida! Eu vou repetir, Ver. Brasinha, à
exaustão: nós somos favoráveis a que inundem esta Câmara de gente. Nós queremos
tomar banho de gente, de povo! Mas, para sentar aqui dentro, dentro do Estado
Democrático de Direito, tem que se filiar a um Partido, tem que ir às ruas
entregar santinho e fazer uma proposta, tem que ter a sua candidatura deferida
pela justiça, tem que ter voto, e, aí, depois, entra e representa aquela
parcela da sociedade. Agora, o cara vem ali e, porque ele acha que o direito
dele é melhor do que o meu, ele bota o pé ali por cima, pula e me corre aos gritos.
Isso é arbítrio! Isso é violência! É chegar na frente da Prefeitura com paus e
pedras e quebrar 40 vidraças de um prédio histórico, pichar, agredir as
pessoas, os Guardas Municipais, os trabalhadores. Isso é arbítrio! Isso é
fascismo! Isso é violência!
E a sociedade brasileira, Ver.ª Fernanda, não está
reagindo só a um mau serviço público, aos engravatados que fazem negociatas,
embora devamos reagir com relação a tudo isso e repudiar. Contra o que hoje se
está reagindo e o que desinflou o apoio social dos movimentos sociais,
compreendam, foi a violência! Foi a violência que vitima um comerciante da
Cidade Baixa, que nada teve a ver, mas que teve que se organizar, numa espécie
de milícia, para poder se defender; um pequeno dono de uma banca de revista - como
já disse um outro colega aqui -, que teve a sua banca totalmente depredada; o
patrimônio histórico da ponte da Av. Azenha, que conta a história da nossa
Cidade, que é tombado, foi destruído e pichado. Movimento social com atitude
antissocial não é movimento social. Eu disse e vou repetir: quem decide, é a
democracia, Vereador, e, graças a Deus, a democracia não está subordinada a
interesses menores. Então eu quero dizer, Sr. Presidente, mais uma vez, a nossa
posição - tenho certeza que é a do nosso Partido -: queremos que o povo exerça
livremente todos os seus direitos; que, na hora do voto - agora, em outubro -,
todo mundo que não preste seja absolutamente defenestrado. É o momento em que
todos são iguais, não importa se é rico, se é pobre, se é ignorante ou se é
sábio. O direito do dedo dele é absolutamente igual! Que nós exerçamos lá, Sr.
Presidente, mas que nós, através desse projeto de lei e da fala da Presidente
Dilma Rousseff, venhamos a dizer um rotundo “não”, até para sinalizar
eticamente onde estão corretos e onde estão errados. É preciso mudar o Brasil?
É! Mas, se nós radicalizarmos pela esquerda, a extrema-direita vem e radicaliza
também. Se nós fizermos atos de
terrorismo ou de vandalismo pela esquerda, não imaginem que não se
arregimentará em outro movimento de extrema-direita e vai responder também, e
não é essa a sociedade que nós queremos, e não é isso que o Parlamento deve
defender. O Parlamento é a Casa, é a instância, é o castelo que deve defender,
que deve se arregimentar para defender sempre a democracia, Sr. Presidente.
Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Delegado Cleiton está com a palavra para
encaminhar a votação do PLL nº 312/13.
O SR. DELEGADO
CLEITON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, público que aqui nos assiste, nós vimos
anteriormente uma manifestação nada objetiva, muito subjetiva: “Ah! mas se
fosse...Ah! mas quem dera...Ah! mas amanhã pode ser...” Nós estamos tratando de
um projeto, e aí às vezes me cobram, “pô, mas um policial vai contra ou vai a
favor”. Eu quero aqui deixar bem marcada a minha posição. O projeto é um todo,
e eu sou contra covardes. Vou repetir: eu sou contra covardes que se escondem
atrás de máscaras; eu sou contra o covarde que atrás de máscara joga uma pedra
num policial; eu sou contra o covarde que atrás de uma máscara joga um rojão
num jornalista; eu sou contra o covarde, como houve aqui – e aqui defendi,
falei agora defendendo – a gurizada do bloco de lutas, que veio aqui de cara
limpa e identificou. Não sou contra a invasão, mas sou a favor da identificação
que eles fizeram aqui, botaram a TVCâmara, eu sou do coletivo tal, eu sou da
UNE, eu sou representante de tal lugar, eu sou disso... Mas eu sou contra o
covarde, o preconceituoso, o adolescente preconceituoso – vejam bem, eu não
estou falando na manifestação de pelados, porque eu acho que pelado tanto faz
como tanto fez, isso é uma manifestação que tem em todo mundo e é uma forma
também de repudiar –, covarde, aquele que estava de máscara, de cara tapada, de
coturno e com a foto de uma mulher, de uma deputada, a foto da nossa querida Manuela – e não é por questões partidárias que
eu não vou gostar das pessoas, e gosto muito dela. Esse covarde eu sou contra.
E não sei se a vergonha dele era essa, ou se era covardia, mas acho que era
covardia mesmo, de não levar adiante o seu preconceito, porque ele foi ali nos
quadros, buscou a mulher bonita e botou no meio das pernas, pelado. Esse é
covarde. Assim como é covarde aquele que jogou uma pedra no policial do
Tatu-Bola. Esse é covarde. Assim como é covarde quem usa uma máscara da Ku Klux
Klan, esse é covarde. Então, senhores, eu quero aqui deixar bem claro: eu sou
contra esses covardes.
Agora, vou deixar um
segundo momento: eu sou contra qualquer manifestação que tenha que passar pelo
crivo da Polícia Civil, pelo menos da minha Polícia Civil, da qual fiz parte
por 23 anos. Nós temos maneiras e meios de investigar, maneiras e meios de
identificar, e acho que não podemos abrir mão disso, mas sou contra uma manifestação
passar pelo crivo da Polícia Civil ou da Brigada Militar. Sou contra
autorização preestabelecida, é desnecessária. Então, como o projeto é um todo,
eu gostaria de colocar aqui aos senhores que sou contra o inciso IV, § 2º deste
projeto.
Assim como vou
reafirmar: índio não usa máscara, índio usa adorno; gay não usa máscara, ele vem aqui contestar, buscar aqui seus
direitos; estudante reivindicador não usa máscara, tem que ser homem, bater no
peito e vir aqui dizer o que quer e para que veio. Eu digo isso porque eu fiz
isso. Eu fiz isso em anos piores do que agora, eu fiz isso na década de 70,
quando era proibido tudo. E eu ainda sou adepto do Caetano Veloso, que diz que
é proibido proibir.
Então, senhores,
marco aqui: sou contra a covardia desses senhores, a covardia desses
preconceituosos que se escondem atrás de máscaras; sou contra aquele que foi lá
no viaduto da UFRGS escrever que lugar de negro, lugar de cota é no RU da
UFRGS! Esse covarde, esse ordinário, esse sou
contra!
Então, senhores, para
deixar bem marcado aqui: sou contra mascarado porque mascarado para mim é
sinônimo de covarde. Segurança e paz a todos os senhores! Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver.
Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 312/13.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente,
Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, o detalhe não pode comprometer o objetivo
maior. Em verdade, eu já disse anteriormente que nós estamos agora, meu querido
Vereador, Líder do Partido da Social Democracia Brasileira, colocados diante da
grande interrogação. Nós achamos que é correto, que é demonstração democrática
permitir que as pessoas no anonimato depredem casas, estabelecimentos
comerciais, atropelem a vida de pessoas livres, que apenas estão cometendo o
ato de fazer uma demonstração pública? É correto isso? Essa é a indagação que a
proposta da Vereadora nos traz. Não é inconstitucional, não! Ela é inclusive
respaldada pela Constituição Brasileira, que condena expressamente o anonimato.
O que se faz, numa decisão como essa, Ver. Tarciso, é dizer com clareza aquilo
que nós acreditamos que é correto e o que não é correto. Eu vejo, por exemplo,
nas manifestações inteligentes e corajosas dos Vereadores Janta e Cleiton uma
peculiaridade muito especial. Todos nós achamos que avisar a autoridade
policial ou a autoridade pública, como pretendia a emenda que foi retirada e
que passou desapercebida de todos nós, que avisar é uma dependência, é um
pedido de autorização. Não. Avisar é uma comunicação. E comunicação nós
fizemos, inclusive, quando fizemos um comício democrático, até para que seja assegurada, resguardada a segurança de quem promove esse ambiente.
Então, eu quero dizer o seguinte: com toda a honestidade eu fui questionar a
Diretoria Legislativa da possibilidade de pedir destaque do § 4º da proposta da
Ver.ª Mônica Leal, que não é o objetivo principal, é um adjetivo, não é nenhum
qualificativo, é um adjetivo, é uma redundância. Estão dizendo que a Vereadora
quer o óbvio, que é condenar aquilo que a Constituição já condena, e nós
queremos agora justificar uma posição divergente com algo que a própria
sociedade brasileira reconhece e instituiu, manifestações públicas são
participadas, avisadas, comunicadas à autoridade pública, e não dependente
dessa autorização.
Por isso, Sr.
Presidente, eu quero deixar muito claro esse particular. Eu não falo aqui como
eventual Líder do Governo, falo na condição de integrante de um partido que
preza a liberdade, que proclama a liberdade como um objetivo indiscutível,
inegociável, que quer que as manifestações pacíficas continuem ocorrendo em
nossa Cidade e em todo o Brasil, que não se dobre, inclusive, a tentativas
rigorosas de tipificar esses atos como sendo atos terroristas. Mas que não pode
de maneira nenhuma, para não trair a sua consciência, para não trair a
sociedade, dizer que a Câmara de Porto Alegre, por uma razão qualquer, acabou
dando oportunidade para que fosse nacionalmente reconhecida como um lugar onde
se apoia o vandalismo. Não aprovar a proposta da Ver.ª Mônica, nessas
condições, perdoem-me, com qualquer justificativa que surja, é dar cobertura ao
vandalismo. E nós somos contra o vandalismo, em defesa da sociedade brasileira,
em defesa da sociedade porto-alegrense, em defesa da democracia, e até do
direito de se fazer manifestações livres, pacíficas e democráticas. Por isso,
Sr. Presidente, quero dizer o seguinte: vou me comprometer, como cidadão, a
dizer claramente o seguinte: quero ver vitoriosa a proposta da
Ver.ª Mônica Leal e, vendo-a vitoriosa, irei junto com vários companheiros
advogar com o Prefeito Fortunati, que ao sancionar a lei vete esse parágrafo ou
corte e, com isso, retire qualquer possibilidade de nós admitir à tentação de
apoiarmos o vandalismo com o nosso voto! A Câmara de Porto Alegre tem que dizer
sim ao projeto, porque sim ao projeto é democrático e defende a sociedade
porto-alegrense que não pode ser mais vítima desse despudorado vandalismo que
ocorre em via pública!
(Não revisado pelo
orador.)
(O Ver. Mauro Pinheiro
reassume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Engº
Comassetto está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 312/13.
O SR. ENGº COMASSETTO: Sr. Presidente,
colegas Vereadores e Vereadoras, senhoras e senhores representantes aqui de
movimentos sociais, imprensa aqui presente, esta Câmara de Vereadores sempre
honrou com o seu papel político constitucional e sempre lutou pelos direitos da
cidadania e da democracia. Aqui, por esta Câmara, passaram grandes tribunas. No
Paço Municipal, tiveram grandes tribunas: Glênio Peres, que foi cassado pela
ditadura; Marcos Klassmann, que era do velho MDB de guerra, que aqui defendeu a
democracia contra a ditadura e foi cassado. Cassado por quem? Pelo regime
militar. Defendido por quem? Por um partido político que se chamava Arena, que
na sua metamorfose política hoje se chama PP. Esta Casa não é uma casa de
ingenuidade, esta Casa é uma Casa política, e é isso que está em discussão e em
jogo aqui. O meu partido, o Partido dos Trabalhadores, partido da Presidenta
Dilma, partido do Presidente Lula, não concorda com a utilização de máscara. O
nosso partido nunca utilizou e sempre fez política de cara limpa, sempre
expressou as suas opiniões, sempre expressou as suas posições e levou muita
paulada. Agora, a Presidenta Dilma, que ali está (Referindo-se à apresentação
em PowerPoint.), foi torturada na
ditadura militar, pelos mesmos representantes ideológicos que apresentam hoje
esse projeto. E quem está tapando o rosto lá não é a Presidenta Dilma; são os
representantes da intolerância, são os representantes de castrar as restrições,
os direitos da cidadania e os direitos individuais. É isso que está em debate
neste momento, nesta Casa. E eu quero dizer mais aos meus queridos Vereadores do
PTB do grande companheiro Getúlio Vargas, que fez revolução com o povo indo
para a rua, dos meus amigos trabalhistas do PDT, que o Brizola, cuja estátua
está lá, do lado do Palácio, que defendeu a legalidade e foi para a rua. Será
que, com essa lei aprovada... É isto que está em discussão, ela diz o seguinte
(Lê.): “O direito constitucional do cidadão à participação em reunião pública
para manifestação de pensamento será exercido: IV – mediante prévio aviso à
autoridade policial.” Eu quero saber se os democratas trabalhistas vão
defender, lá no seu sindicato, Clàudio Janta, e nas outras instituições, que
cada um, para fazer a manifestação, tem que ir lá pedir autorização para a
Polícia. É isso que está em discussão, é isso que está em jogo neste momento, aqui,
nesta Casa. Portanto, venho aqui contra esse projeto, sim, em nome do meu
partido, porque esta Casa tem que manter a postura e a honradez da defesa dos
direitos individuais, dos direitos civis, da afirmação da democracia e contra a
intolerância, porque, nessa semana passada, a sede do meu partido, assim como a
sede do PMDB, foi pichada por um mascarado. Ontem a Brigada Militar foi atacada
por um ato de vandalismo que representa, sim, uma visão da intolerância. Nós
não podemos permitir, Ver. Kevin Krieger, que continuem se expandindo posturas
como a do Deputado Carlos Heinze, que diz que negros, gays e índios são tudo o que não presta neste País. E o que está
sendo dito aqui? Que quem usa uma máscara é tudo o que não presta neste País! É
diferente! Nós defendemos e estamos defendendo, e a Presidente Dilma já assumiu
que tem que haver, sim, punições mais severas para aqueles que, nas
manifestações, cometam crime, usando máscara ou não usando máscara! E é isso
que nós defendemos! Portanto, meus colegas, principalmente aqui os
trabalhistas, os democratas, agora é hora de mostrar a sua postura. Se houver
dificuldade, a abstenção é uma saída legítima, regimental e legal para um tema
como este. Um grande abraço e muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. João
Carlos Nedel está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 312/13,
pelo Governo.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr.
Presidente, Ver. Mauro Pinheiro; Vereadoras e Vereadores, eu realmente não sou
grande tribuno, mas um amigo me pediu: “Nedel, te posiciona, o senhor é muito
tímido”, então estou aqui hoje. Eu ouvi um grande tribuno, o Ver. Comassetto é
um deles, mas ele esqueceu de mostrar isso aqui (Mostra jornal.): “Presidente
Dilma critica mascarados”. E vamos deixar muito claro, está aqui. Veja bem,
veja muito bem! (Mostra jornal.) O Vereador criticou o meu partido. Eu, na
época da revolução, não era filiado, fui filiado unicamente ao Partido
Democrata Cristão! Só que o Vereador esqueceu de dizer que o partido dele é o
partido do mensalão! Isso tem quer ser dito! Mas eu vou ler aqui claramente o
que disse a Presidente. Ela afirmou que quem usa máscaras em protesto não é
democrata e classificou de criminosos aqueles que depredam o patrimônio e
atentam contra a vida da população”. Disse mais: “Pessoas que usam da
violência, pessoas que escondem o rosto para se manifestar não são democratas.
Pessoas que matam, que ferem ou destroem o patrimônio público são criminosos e
devem ser tratadas como tal. É preciso reforçar a lei e aplicar a Constituição.
A Constituição garante a liberdade de manifestação, mas proíbe, veda o
anonimato”. Está claro aqui o que diz a Presidente Dilma. E aqui o seu partido
está defendendo uma tese contra a sua Presidente? Não estou entendendo mais.
Não estou entendendo mais!
Aqui houve uma
argumentação para transferir a votação ou a discussão para ouvir a OAB.
Senhoras e senhores, ouçam bem, meus ilustres advogados que aqui estão: a ideia
de tornar obrigatória a identificação de quem participar de manifestações
partiu de um comentário do Presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Marcus
Vinicius, em reunião com o Ministro Cardoso. Está aqui. Então, a própria OAB
está sugerindo isso.
(Aparte
antirregimental do Ver. Alberto Kopittke.)
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Não, está aqui.
(Mostra jornal.) Está aqui. É só o senhor que diz que é contra. Realmente, é
contra o uso de máscaras, efetivamente, aqui está dizendo.
O Delegado Cleiton
disse que não há nenhuma decorrência desta lei. Eu queria lembrar que o Código
Penal prevê seis meses a um ano de prisão por dano ao patrimônio. É o que diz o
Código Penal. Há quatro situações em que o crime se torna mais grave, levando a
pena a três anos. Com a proposta do Ministério da Justiça, o uso de máscara
para danificar o patrimônio se tornaria mais um agravante, endurecendo a
punição. Então, a decorrência tem um agravante maior: o mascarado que, por
crime, poderia levar, sem máscara, seis meses, estando mascarado, levará três
anos de prisão. É o que diz aqui.
Então, senhoras e senhores, e ao Ver. Pedro Ruas -
dizendo que é inconstitucional -, depois de a Comissão de Justiça e depois de a
Procuradoria dizerem que não há óbice, devo dizer também que não há lei maior,
não há lei federal que regule isso. Então, o Município de Porto Alegre está
tomando a dianteira, está dando exemplo ao País. Portanto, se houver lei
federal posterior, a lei municipal pode se adequar à lei maior. Então, é
importante o exemplo que Porto Alegre está dando ao seu País. E a comunicação e
a polícia são justamente para dar segurança aos manifestantes sem máscara.
Portanto, vamos aprovar este projeto, que é bom para a cidade de Porto Alegre e
que teve uma recomendação de 89% em um programa televisivo.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PEDRO
RUAS: Presidente, é que há uma questão que hoje mobiliza o Brasil, o Estado e
Porto Alegre, e, por sinal, tem uma reunião amanhã, que é justamente sobre a
“descomemoração” do cinquentenário do Golpe Militar de 64. Como o Ver. João
Carlos Nedel falou em Revolução de 64, quero registrar que a história já
demonstra e já comprovou que é Golpe de 64, golpe militar que instaurou a
ditadura no Brasil!
O SR. DELEGADO
CLEITON: O Ver. Nedel me citou, e acho que não foi isso que eu falei ali. Até
porque se o Vereador não sabe, eu sou formado em Direito, e para ser delegado,
tem que ser formado em Direito. Conheço o Código de Processo Penal e outros de
cabo a rabo. Então, não falei “dano ao patrimônio”, não falei. Não toquei em
lei, não toquei em normas. Não toquei em norma alguma. Só para que fique
registrado. Nem toquei em normas, nem em aumento, nem em diminuição. Não falei
em danos.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Feito o registro. A Ver.ª Jussara Cony está com a
palavra para encaminhar a votação do PLL nº 312/13.
A SRA. JUSSARA
CONY: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores e aqueles que ainda
resistem, hoje, aqui nesta Sessão, acompanhando a votação deste e de outros
projetos. Em primeiro lugar, eu quero dizer que eu não quero que Porto Alegre,
a minha Bancada, eu e o Ver. João Derly - e já vim duas vezes, agora venho pela
terceira vez para fazer esse encaminhamento -, não queremos que haja um
retrocesso nesta Cidade. Porto Alegre, que é uma referência pela luta do seu
povo, inclusive internacional, sob o ponto de vista de liberdades democráticas,
esta Casa que teve um papel fundamental na luta contra a Ditadura, eu era
Vereadora ainda na época da Ditadura Militar, e sei bem o que significa isso.
Eu sou de um Partido que tem 92 anos de luta, que corre lado a lado com a luta
do nosso povo por liberdade, por democracia; sou militante comunista desde a
década de 60; passei pela Legalidade, conduzida pelo Brizola, que teve um
papel, inclusive na formação da nossa geração, importantíssimo sob a ótica do
que veio depois e nos preparando para esse enfrentamento; passei pela Ditadura,
eu e meu Partido; passei pela redemocratização deste País, onde nós, PCdoB,
conquistamos a nossa legalidade nas ruas, nas lutas, nas articulações políticas
com setores democráticos, patrióticos, de esquerda. E tenho a compreensão de
que vândalo é vândalo em qualquer lugar, não é a máscara que define quem é
vândalo. Aliás, é bom relembrar que a fatalidade que ocorreu com o jornalista
Santiago - parece-me que disso não nos lembramos ainda: não era uma mascarado,
o rosto estava sem absolutamente nada. Foi uma fatalidade o que ocorreu, mas
não era um mascarado. Já me pronunciei sobre isso em outro momento. Nós não
usamos máscaras. Nós gostamos, ao longo da história do nosso Partido, ao longo
da minha história de anos de luta, de estar sempre de cara limpa, sempre com a
nossa cara, mas não condenamos o uso da máscara como forma de protesto. Os
caras pintadas eram isso na luta pelas Diretas Já. Eu acho que estão
confundindo duas coisas: vândalos, com ou sem máscara, e mascarados - são
coisas diferentes. Já existe punição neste País para o vandalismo. Eu acho que
o centro do debate não é o uso ou não de máscaras; para mim o centro do debate
é a criminalização dos movimentos sociais. Nós estamos num momento em nosso
País de ainda embate entre dois projetos: um que queremos que avance ainda
mais, anteriormente liderado pela Presidenta Lula e liderado, hoje, pelo
Presidente Dilma...
(Manifestações no plenário.)
A SRA. JUSSARA
CONY: Senhores, não se alvorocem, é porque temos um projeto para este País
que começou com a luta do nosso povo, que elegeu, primeiro, o Lula, reelegeu o
Lula, elegeu a Dilma, e nós estamos na luta para reelegê-la. Se é este debate
que querem, desvia-se um pouco e eu digo.
Quando eu digo a Presidenta Lula ou o Presidente
Dilma, isso não é uma questão de gênero, é questão de projeto, é questão de
compromisso com as transformações, mas ainda falta muito, temos muito que
lutar, e é na rua que vamos lutar para melhorar ainda mais o projeto. Queria
falar uma coisa aqui sobre a OAB. A OAB não está aí para a gente defender ou
acusar só quando nos interessa; a OAB disse que o projeto é inconstitucional, é
uma entidade séria e que, ao longo da história deste País, lutou nas ruas e teve
um papel fundamental na redemocratização da Nação brasileira. Tempos atrás
lembrei aqui a Olga Araújo, uma mulher de muita luta e que conduziu lutas
importantíssimas - o Pedro me faz sinal de lá porque fomos contemporâneos -, e
que presidiu a OAB num momento difícil e cumpriu o seu papel. O art. 4º, pelo
amor de Deus, pedir licença para manifestação da luta do povo, da organização
da sociedade, do movimento sindical, da juventude, das mulheres, do movimento
comunitário, dos partidos? A gente, na ditadura, não pedia licença; a gente
saía para a rua sem saber se ia voltar, de cara limpa e na busca da
redemocratização deste País. O PCdoB vota contra este projeto porque ele é, sem
dúvida nenhuma, um retrocesso na história democrática do povo de Porto Alegre.
(Não revisado pela oradora.)
A SRA. MÔNICA
LEAL: A Ver.ª Jussara acabou de dar uma informação incorreta. Diz aqui no
projeto: mediante prévio aviso à autoridade policial, ou seja, avisar que
acontecerá a manifestação, apenas isso.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Está feito o registro, Ver.ª Mônica.
A SRA. JUSSARA
CONY: Atenção, por favor, Vereadora, se acalme! Seu projeto vai ser votado,
nós temos posições diferenciadas, e informação de movimento social é como pedir
licença. Nós estamos numa outra época neste País, e eu não quero retrocesso.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Está feito o registro.
O SR. VALTER
NAGELSTEIN: Sr. Presidente, eu só quero fazer um esclarecimento: a legislação de
Porto Alegre já define isso. Por exemplo, em passeios ciclísticos, como os do
nosso Ver. Marcelo Sgarbossa, já é necessário se comunicar a EPTC para que ela
organize o trânsito. É só esse o sentido. Muito obrigado.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em votação nominal, solicitada pelos Vereadores
Pedro Ruas, Fernanda Melchionna e Clàudio Janta, o PLL nº 312/13. (Pausa.)
(Após a apuração nominal.) APROVADO
por 21 votos SIM e 10 votos NÃO.
A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra para
leitura de sua Declaração de Voto.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: (Lê.): “O Partido Socialismo e Liberdade vem por
meio deste, declarar voto contrário ao Projeto de Lei do Legislativo nº 312/13,
processo nº 2.805/13, por se tratar de um projeto claramente inconstitucional,
uma vez que padece de vício de iniciativa, ferindo a competência privativa da
União para legislar acerca do direito civil e penal, nos termos do art. 22, I,
da Carta Maior. Além disso, o projeto mascara os problemas reais, pois, em
junho de 2013, milhões de brasileiros foram às ruas lutar por educação e saúde
no mesmo padrão dos estádios de futebol, contra os aumentos abusivos das
tarifas de ônibus e contra os milhões desviados pela corrupção. As respostas
dos governos têm sido as mesmas: repressão e corte de verba nas áreas sociais.
Dilma anuncia agora um corte de 44 bilhões das áreas sociais, Fortunati e Tarso
darão 30 milhões de reais para as estruturas temporárias da Copa enquanto se
agrava a crise na saúde no nosso município. Enquanto muitos partidos e governos
estão preocupados em criminalizar os protestos, nós, do PSOL, defendemos a
manifestação organizada e democrática do povo para resolver os problemas
estruturais do povo. Muitas máscaras precisam cair, a máscara dos corruptos da
Procempa e dos políticos que governam para os ricos e privilegiados.”
O SR. PRESIDENTE
(Mauro Pinheiro): O Ver. Clàudio Janta está com a palavra para
leitura de sua Declaração de Voto.
O SR. CLÀUDIO
JANTA: (Lê.): “Meu voto é contrário ao projeto 312/13 [apesar de achar que
máscara é para esconder os marginais, esconder o crime], de autoria da Ver.ª
Mônica Leal, por razões que a vida me ensinou ao longo das últimas décadas.
Desde jovem, lutei pelos direitos dos trabalhadores, fiz greve, protestei nas
ruas. Em todas as manifestações, sempre me posicionei de ‘cara limpa’, sem o
uso de máscaras. Além disso, em um país onde vigora a democracia, não faz
sentido ‘pedir licença’ [ou autorização] para realizar manifestações, e nem eu,
nem aqueles que represento nos submeteremos a essa superada prática [que já a
democracia neste País acabou e derrotou]. Na democracia, as posições políticas
precisam ser claras em conteúdo e também na forma, seja no parlamento, seja nas
ruas das cidades, do país. O problema, em resumo, não são apenas as máscaras,
mas as posições que o anonimato podem esconder da sociedade, com prejuízos para
a democracia.”
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Engº Comassetto está com a palavra para
leitura da Declaração de Voto da Bancada do Partido dos Trabalhadores.
O SR. ENGº
COMASSETTO: (Lê.): “A Bancada do Partido dos Trabalhadores repudia qualquer ato de
violência e depredação, mas vota contra o projeto por atacar frontalmente os
direitos individuais de livre expressão garantidos na Constituição Federal.
Além disto, o projeto cerceia a manifestação dos movimentos sociais ao
determinar a obrigatoriedade de prévio aviso à autoridade policial,
extrapolando a competência desta Casa Legislativa e sendo [também]
flagrantemente inconstitucional. Ver. Engº Comassetto, Ver. Marcelo Sgarbossa,
Ver. Mauro Pinheiro, Ver.ª Sofia Cavedon e Ver. Alberto Kopittke.” Muito
obrigado.
O SR. DELEGADO
CLEITON: Sr. Presidente, apesar de defender o projeto contra quem usa máscaras,
eu gostaria de justificar o meu voto. Sou contra quem usa máscaras, mas vou
justificar (Lê.): “Sr. Presidente. Encaminho justificativa de voto pela
abstenção ao PLL nº 312/13 (Proc. nº 2.805/13), por não entender manobra da
Bancada do Partido dos Trabalhadores que apresentou emenda que sanava vício
formal de atribuir obrigação às forças policiais do Estado, e depois retirou a
mesma emenda, o que entendemos ser impossível de aceitar, pois este Vereador
faria emenda de igual teor e não o fez por já existir uma daquela bancada, o
que acabou prejudicando o voto que seria favorável ao PLL.”
A SRA. LOURDES
SPRENGER: Sr. Presidente. Justificando o meu voto: sou contra a depredação, sou
contra a violência, sou contra todas as pessoas que se infiltram nos movimentos
positivos, movimentos populares. Voto contra para evitar que este projeto, que
é uma boa iniciativa da Vereadora, é simbólico, receba uma ADIn da Ordem dos
Advogados do Brasil, e por também ter visto juristas informarem, em debates,
que ele fere o art. 22 da Constituição, o direito da cidadania.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Obrigado, Vereadora. Conforme foi combinado na
reunião de Mesa e Lideranças, suspendemos a Sessão para a realização da Reunião
Conjunta das Comissões. Convido o Ver. Reginaldo Pujol, Presidente da Comissão
de Constituição e Justiça, para presidi-la.
(Suspendem-se os trabalhos às 17h24min.)
(O Ver. Professor Garcia reassume a presidência dos
trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Professor
Garcia – às 18h14min): Estão
reabertos os trabalhos. Obrigado, Ver. Reginaldo, Ver. Kevin Krieger e demais
Vereadores, que demonstram, mais uma vez, que esta Casa tem condições e quer
agilizar os processos, só que há um rito que não podemos atropelar.
Apregoo o Ofício nº 171/14, do Sr. Prefeito José
Fortunati. (Lê.): “Sr. Presidente, cumprimentando-o, cordialmente, comunico a
V. Exa. e demais Edis, conforme prevê a Lei Orgânica do Município de Porto
Alegre, que me ausentarei do Município, das 06h42min às 21h59min do dia
26.02.14, para participar, na condição de Presidente da Frente Nacional dos
Prefeitos, de Reunião do g100; evento que contará com a presença da Ministra do
Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello; do Subchefe de
Assuntos Federativos da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da
República, Olavo Noleto e, também, do Presidente do BNDES, Luciano Coutinho; no
Rio de Janeiro/RJ. A mencionada viagem não gerará ônus para o Executivo.
Atenciosamente, José Fortunati, Prefeito”.
Apregoo Emenda nº 01, de autoria do Ver. Bernardino
Vendruscolo, ao PLL nº 237/09.
Apregoo Emenda nº 02, de autoria do Ver. Bernardino
Vendruscolo, ao PLL nº 237/09.
Apregoo Requerimento de autoria do Ver. Bernardino
Vendruscolo, solicitando dispensa do envio das Emendas nº 01 e nº 02 ao PLL nº
237/09 à apreciação das Comissões, para Parecer. Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
Apregoo Requerimento de autoria do Ver. Bernardino
Vendruscolo, solicitando que seja votada em destaque a Emenda nº 02 ao PLL nº
237/09.
Apregoo Emenda nº 03, de autoria da Ver.ª Mônica
Leal, ao PLL nº 237/09.
Apregoo
Requerimento de autoria da Ver.ª Mônica Leal, solicitando dispensa do envio da
Emenda nº 03 ao PLL nº 237/09 à apreciação das Comissões, para Parecer. Em
votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se
encontram. (Pausa.) APROVADO.
Apregoo o
Memorando nº 4/2014, de autoria do Ver. Clàudio Janta, que informa sua
representação na reunião do Conselho da Fetracos, que foi realizada no dia 24
de fevereiro de 2014, das 9h às 13h, na Av. Cristóvão Colombo, nº 203.
Apregoo Memorando nº 8/2014, de autoria do Ver. Delegado Cleiton, que solicita representar esta Casa no Ato de Apresentação da Portaria 76 do INCRA, no dia 24 de fevereiro de 2014, às 15 horas, no Quilombo do Areal, localizado na Av. Luiz Guaranha, 44, Cidade Baixa.
Apregoo Memorando nº 4/2014, de autoria da Ver.ª Sofia Cavedon, que solicita representar esta Casa na I Semana Estadual do Dia Municipal de Doenças Raras, no dia 24 de fevereiro de 2014.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 1846/13 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 192/13, de autoria do Ver. Márcio Bins Ely, que
inclui a efeméride Dia do Torcedor Colorado no Calendário de Datas
Comemorativas e de Conscientização do Município de Porto Alegre – Lei nº
10.904, de 31 de maio de 2010, e alterações posteriores –, no dia 17 de
dezembro.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Waldir Canal: pela inexistência de óbice de
natureza jurídica para a tramitação do Projeto;
-
da CECE. Relator Ver. João Derly: pela aprovação do Projeto;
-
da CEDECONDH. Relator Ver. Mario Fraga: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia
em 16-10-13.
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Em discussão o PLL nº 192/13. (Pausa.)
O SR. REGINALDO PUJOL: Eu acho que esse é um projeto que, tranquilamente,
vai ser aprovado pela Casa, não só pela minoria colorada, mas também pela
maioria gremista, que votará favoravelmente. Estou apenas fazendo a
consideração de que V. Exa. consulte o autor se ele quer ver o projeto aprovado
hoje ou um dia com maior público aqui na Casa para consagrá-lo. Nós cuidamos
muito dos colorados.
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Muito obrigado, Vereador, pela sua gentileza nessa
bela explanação que muito nos honra.
Em discussão
o PLL nº 192/13. (Pausa.) Não há quem queira
discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como
se encontram. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 0749/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 019/09, de
autoria do Ver. Dr. Thiago Duarte, que institui, na Rede Municipal de
Ensino, o Programa de Educação Sexual e Planejamento Familiar, revoga as Leis nos
7.583, de 3 de janeiro de 1995, e 9.617, de 27 de setembro de 2004, determina a
vigência da Lei no 8.423, de 28 de dezembro de 1999, tal como foi
estabelecida, e dá outras providências. Com Emendas nos 01 e 02.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Luiz Braz: pela inexistência de óbice de natureza
jurídica para a tramitação do Projeto;
-
da CEFOR. Relator Ver. Guilherme Socias Villela: pela rejeição do
Projeto;
-
da CUTHAB. Relator Ver. Elias Vidal: pela aprovação do Projeto;
-
da CECE. Relator Ver. Haroldo de Souza: pela rejeição do Projeto;
-
da CEDECONDH. Relator Ver. Sebastião Melo: pela aprovação do Projeto;
-
da COSMAM. Relator Ver. Mario Manfro: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia
em 09-12-13.
O
SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Em discussão o PLL nº 019/09. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) O Ver. Dr. Thiago está
com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 019/09.
O SR. DR.
THIAGO: Eu vim aqui pedir ao Ver. Pujol que possa nos ajudar a rever esse
processo em função da dificuldade que nós vamos ter em relação ao quórum nesse
momento, talvez falte um Vereador ou dois. Eu quero dizer da relevância desse
Projeto é um Projeto que fala do Planejamento Familiar. Nós já tivemos dois
Seminários aqui de Planejamento Familiar, nós aceitamos as emendas da Ver.ª
Jussara que inclui na Política de Atenção à Saúde da Mulher, do Ver. Nereu
D’Avila no sentido de não retirá-la porque essa Lei poderia excetuar algumas
outras vezes de não retirar a lei do Ver. Nereu D’Avila, já de longa data. E é
um projeto que tramita nesta Casa desde 2009, desde que este Vereador entrou na
Casa. Acompanhei o Dr. Raul na questão da criação do Centro de Planejamento
Familiar; agora estamos propondo uma deficiência que existe nos dias de hoje,
que é essa orientação no sentido de as pessoas terem acesso ao planejamento
familiar, para poderem evitar uma gravidez indesejada, principalmente nas
adolescentes. Então, nós só vamos fazer isso se tivermos educação. Essa é uma
premissa do PDT, a questão da educação. Nós precisamos, sem dúvida nenhuma,
orientar os nossos jovens nas escolas públicas municipais, principalmente da
periferia desta Cidade. Se elas não tiverem acesso à informação, elas, via de
regra, vão ter uma gravidez, uma gravidez indesejada, que vai acabar
acarretando diversos problemas, inclusive na sua formação. Eu só quero
relembrar aquilo que eu sempre tenho dito: a gravidez na adolescência é, sim,
um problema de Saúde pública. A grávida adolescente tem um risco, se ela é
menor de 18 anos, três vezes maior, estatisticamente, de morrer, do que se ela
não for adolescente. O seu filho tem o risco duas vezes maior de falecer do que
se ela não fosse adolescente, porque aumenta muito o risco de prematuridade. E
muitas vezes isso acontece em função de uma gravidez, e ela é ainda indesejada,
essa mulher não quer engravidar; esse rapaz não quer engravidar a sua
companheira, a sua parceira, a sua namorada, a pessoa com que ele está tendo
relação. E nós só vamos poder ter essa liberdade, só vamos poder agir com essa
liberdade na medida em que ensinarmos isso junto ao currículo. Por isso é que
estamos propondo aqui este projeto de lei, singelo, e fica a cargo da SMED
adequar esta disciplina da melhor forma, pode ser na 6ª Série, junto com o
ensino de ciências, pode ser junto com alguma outra disciplina que fale de
educação e higiene, mas, sem dúvida, nós precisamos abordar esses aspectos. Por
isso, eu, mais uma vez, solicito ao Ver. Pujol que possamos excepcionalizar
este caso e fazer uma votação simbólica. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Reginaldo
Pujol, a Emenda nº 01 ao PLL nº 019/09. (Pausa.) (Após a apuração nominal.)
Doze Vereadores presentes. Não há quórum.
Encerrada a
Ordem do Dia e os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 18h29min.)
* * * * *